A Autoridade de Proteção Ambiental (EPA) de Nova Gales do Sul confirmou na sexta-feira que a morte de numerosos lagostins espinhosos gigantes nas Montanhas Azuis no mês passado resultou da contaminação por um inseticida, o bifentrina.
Esta revelação segue-se a uma descoberta horrível feita por um guia turístico que encontrou até 1.000 lagostins mortos e moribundos num afluente de Hazelbrook Creek, perto de Horseshoe Falls, revelando o impacto perturbador da poluição na vida marinha da região.
Descoberta e investigação
O afluente contaminado está localizado próximo a uma área predominantemente residencial da cidade de Hazelbrook e drena uma sub-bacia hidrográfica. Suspeitando de um poluente como a causa, a EPA cooperou com a equipe do conselho municipal de Blue Mountains para rastrear a origem da contaminação.
As carcaças de lagostins foram submetidas a extensas análises em um laboratório da EPA em Lidcombe, onde testes detalhados revelaram a presença de bifentrina na água, sedimentos e amostras de lagostins do riacho contaminado.
O papel do bifentrina
O bifentrin é um inseticida comum empregado para controlar várias pragas, como cupins, aranhas, formigas e baratas. Apesar da sua utilização generalizada, representa graves riscos para os lagostins e outras espécies marinhas.
É importante notar que a EPA absolveu o glifosato e outros herbicidas, utilizados pelo conselho municipal de Blue Mountains, de serem as causas das mortes de lagostins e esclareceu que o conselho não está sob investigação no inquérito em curso para encontrar a fonte de contaminação.
Lagostins matam impactos na biodiversidade
Este não é o primeiro caso de poluição que afeta lagostins gigantes na região. Em 2012, a contaminação por bifentrina em Jamison Creek, perto de Wentworth Falls, considerada Patrimônio da Humanidade, causou a maior matança em massa de lagostins já registrada.
A contaminação, que se infiltrou no riacho através de drenos de águas pluviais, dizimou outros macroinvertebrados e prejudicou gravemente a biodiversidade aquática, despencando o número de famílias taxonômicas no riacho de 22 para três.
Lagostins espinhosos gigantes, nativos da Austrália, enfrentam ameaças existenciais de pesticidas, escoamento e perda de habitat, e é proibido prendê-los nos pântanos ou cursos de água das Montanhas Azuis. Estes incidentes sublinham a necessidade urgente de medidas rigorosas para preservar estas criaturas únicas e a biodiversidade geral da região.
Exige responsabilidade e cautela
O Chefe do Executivo em exercício do Conselho de Conservação da Natureza de Nova Gales do Sul, Brad Smith, enfatizou as ramificações deste incidente, observando que serve como “um lembrete sobre o cuidado que as empresas e os residentes precisam ter com os produtos químicos, especialmente em torno dos cursos de água”.
Smith sublinha a responsabilidade colectiva, especialmente em áreas ecologicamente sensíveis como as Montanhas Azuis, de proteger o precioso património mundial da região. O Conselho de Conservação da Natureza está ansioso para que a EPA identifique a origem deste derrame devastador, destacando o papel crucial da vigilância e da responsabilidade na prevenção de tais catástrofes ambientais.
Em resumo, as conclusões da EPA trazem à luz o delicado equilíbrio dos nossos ecossistemas e o profundo impacto que as atividades humanas podem ter no ambiente, servindo como um lembrete claro da cautela necessária no manuseamento de produtos químicos, especialmente perto de massas de água.
A busca para descobrir a fonte de contaminação é crucial, não só para evitar novas perdas de vida aquática, mas também para manter a integridade dos santuários ecológicos, como as Montanhas Azuis.
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