Meio ambiente

EUA se preparam para clima severo enquanto forte tempestade traz chuva, neve e vento

Santiago Ferreira

Uma mudança de frente que ocorreu no domingo, 10 de dezembro, poupou North Jersey do pior das fortes chuvas que deveriam causar graves inundações na região.

O que é uma mudança frontal e como ela afeta as chuvas?

Uma mudança frontal é uma mudança na posição ou direção de uma frente climática, que é uma fronteira entre duas massas de ar com diferentes temperaturas, pressões e umidade. Uma mudança frontal pode alterar a intensidade, duração e localização das chuvas associadas à frente.

Neste caso, o deslocamento da frente deslocou as chuvas mais fortes de 7 a 12 centímetros para leste da área de North Jersey, onde estava originalmente previsto que cairia.

A maioria dos lugares em North Jersey recebeu entre 1 e 3 polegadas de chuva, o que ainda foi suficiente para causar algumas inundações, mas não tão severa quanto poderia ter sido.

A mudança frontal foi causada por um sistema de baixa pressão que se moveu através do Centro-Oeste e interagiu com um sistema de alta pressão sobre o Oceano Atlântico.

O sistema de baixa pressão trouxe ar quente e úmido do Golfo do México, enquanto o sistema de alta pressão bloqueou o ar frio e seco do Canadá.

O choque dessas massas de ar criou uma forte corrente de jato, que é uma corrente de ar que se move rapidamente na alta atmosfera.

A corrente de jato influenciou o movimento e a forma da frente, empurrando-a para leste e tornando-a mais curva.

Quais foram os impactos do deslocamento frontal e das chuvas?

A mudança frontal e as chuvas tiveram impactos positivos e negativos em North Jersey e nas áreas circundantes.

Do lado positivo, o deslocamento da frente reduziu o risco de grandes inundações ao longo do rio Arkansas, que já estava cheio devido a tempestades anteriores.

As chuvas também reconstituíram a umidade do solo e os níveis dos reservatórios, que estavam baixos devido à seca prolongada.

Do lado negativo, o deslocamento da frente e as chuvas ainda causaram algumas inundações repentinas, especialmente em áreas baixas e urbanas.

Algumas estradas, pontes e porões foram inundadas com água, e foram relatados alguns cortes de energia e interrupções no tráfego.

As chuvas também provocaram alguns deslizamentos de terra e lama em áreas montanhosas e montanhosas, danificando algumas casas e propriedades.

Além disso, as chuvas aumentaram o potencial de crescimento de fungos e de reprodução de mosquitos, representando riscos para a saúde dos residentes.

A mudança de frente e as chuvas também afetaram outras partes do país e do mundo. No Centro-Oeste, o sistema de baixa pressão trouxe fortes tempestades, granizo e tornados, causando danos e feridos.

Na Costa Leste, o sistema de alta pressão trouxe um clima ensolarado e ameno, mas também aumentou o risco de incêndios florestais. No noroeste do Pacífico e no Alasca, a corrente de jato trouxe rios atmosféricos, que são faixas longas e estreitas de umidade que podem produzir enormes quantidades de chuva e neve.

Estes rios atmosféricos causaram graves inundações e deslizamentos de terra em algumas áreas, mas também ajudaram a aliviar as condições de seca noutras.

O que podemos esperar do futuro?

A mudança de frente e as chuvas que ocorreram em 10 de Dezembro fizeram parte de um padrão mais amplo de alterações climáticas que está a afectar o ciclo hidrológico.

As alterações climáticas estão a aumentar a temperatura e o teor de humidade da atmosfera, resultando em eventos de precipitação mais extremos e variáveis, tais como inundações e secas.

As alterações climáticas também estão a alterar os padrões climáticos globais, como a corrente de jato e os fenómenos El Niño e La Niña, que podem influenciar o movimento e a intensidade das frentes meteorológicas.

Estas mudanças colocam desafios significativos à sociedade, uma vez que afectam a disponibilidade e a qualidade dos recursos hídricos, a segurança e protecção das infra-estruturas, a saúde e o bem-estar das pessoas, e a sustentabilidade e produtividade dos ecossistemas.

Para fazer face a estes desafios, os governos e as comunidades precisam de adoptar estratégias inovadoras e adaptativas para gerir os riscos e oportunidades das cheias e secas.

Estas estratégias incluem a melhoria da monitorização e previsão de riscos hidrológicos, o aumento da resiliência e eficiência dos sistemas hídricos, a promoção da conservação e restauração de bacias hidrográficas e o fomento da participação e colaboração das partes interessadas.


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Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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