Meio ambiente

A Fúria de Filipo: Desencadeando a Ira da Natureza sobre Moçambique

Santiago Ferreira

Imagem de satélite do ciclone tropical Filipo enquanto a tempestade se aproximava de Moçambique, capturada em 11 de março de 2024, pelo espectrorradiômetro de imagem de resolução moderada no satélite Terra da NASA.

A tempestade deixou cair uma quantidade substancial de chuva à medida que se movia por Moçambique.

Em Março de 2024, o fraco cisalhamento do vento no Canal de Moçambique permitiu que o ciclone tropical Filipo se fortalecesse ao largo da costa do sudeste de África. O MODIS (espectrorradiômetro de imagem de resolução moderada) em NASAO satélite Terra da NASA adquiriu esta imagem por volta das 9h00, hora local (07h00, Hora Universal), do dia 11 de março de 2024, quando a tempestade se aproximava de Moçambique.

Na altura desta imagem, Filipo transportava ventos com velocidades máximas de cerca de 80 quilómetros (50 milhas) por hora – o equivalente a uma tempestade tropical na escala de vento Saffir-Simpson. A tempestade, centrada a várias centenas de quilómetros da costa centro-sul de Moçambique, deslocava-se para sudoeste e finalmente atingiu a costa no dia 12 de março, por volta das 5 horas da manhã, hora local, perto da cidade costeira de Inhassoro, segundo a Météo-France.

Impacto e previsões

Filipo enfraqueceu à medida que avançava por terra no dia 12 de Março, mas continuou a produzir ventos fortes e chuvas fortes nas províncias de Inhambane e Gaza. Segundo a ReliefWeb, mais de meio milhão de pessoas vivem em áreas consideradas de risco devido à tempestade. Os riscos incluíam o potencial de inundações e danos às culturas e infra-estruturas.

As previsões apontavam para 250 milímetros (10 polegadas) de chuva em partes das províncias de Inhambane, Gaza e Sofala em 12 de Março, e até 100 milímetros (4 polegadas) em partes das províncias de Gaza e Maputo em 13 de Março. Filipo foi espera-se que vire para sudeste e volte sobre o Oceano Índico até 14 de março.

Contexto sazonal e comparação histórica

A temporada de ciclones no sudoeste do Oceano Índico vai do final de outubro a maio, com pico de atividade em meados de janeiro e novamente de meados de fevereiro ao início de março. Em 2023, o ciclone tropical Freddy vagou pelo Oceano Índico durante mais de um mês, causando destruição em Madagáscar, Malawi e Moçambique.

Imagem do NASA Earth Observatory por Lauren Dauphin, usando dados MODIS da NASA EOSDIS LANCE e GIBS/Worldview.

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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