Se você faz parte do grupo que começa a espirrar só de ouvir a palavra “primavera”, prepare-se: as alergias sazonais estão ficando mais intensas e mais longas — e o principal vilão por trás disso pode estar no céu, em forma de dióxido de carbono.
Mudanças climáticas estão prolongando a temporada de pólen
Uma nova pesquisa da Universidade George Washington, publicada na revista científica The Laryngoscope, analisou dados de mais de 20 anos e chegou a uma conclusão preocupante: as mudanças climáticas estão estendendo a temporada de pólen em quase três semanas por ano em algumas regiões.
Isso acontece porque o aquecimento global altera o ciclo de vida das plantas, fazendo com que liberem pólen mais cedo e por períodos mais longos. Além disso, a alta concentração de CO₂ na atmosfera estimula o crescimento vegetal — o que também significa mais pólen no ar.
Em um cenário futuro, cientistas estimam que, só nos Estados Unidos, a produção de pólen pode aumentar em até 40% até o final do século. Para quem já sofre com rinite alérgica, asma ou conjuntivite alérgica, isso significa mais dias com sintomas e maior risco de complicações.
A Europa já sente os efeitos (e o nariz também)
Na Europa, estudos anteriores já haviam detectado essa tendência. Um levantamento de 2019 mostrou que, em média, a temporada de pólen aumentou 0,9 dia por ano. Em áreas urbanas, esse efeito é ainda mais perceptível por conta do fenômeno das ilhas de calor — regiões densamente construídas que retêm mais calor, acelerando o crescimento das plantas.
Além disso, chuvas intensas e alta umidade, cada vez mais comuns com o desequilíbrio climático, podem fragmentar grãos de pólen no ar, potencializando reações alérgicas e crises de asma, especialmente em dias de tempestade.
Outro fator alarmante é a chegada de espécies vegetais invasoras, como a ambrosia (ou ragweed, em inglês), originária da América do Norte. Essa planta altamente alergênica se espalhou pela Europa nas últimas décadas e libera pólen até setembro, prolongando o sofrimento dos alérgicos.
O papel fundamental dos profissionais de saúde
Mais do que desconforto, as alergias respiratórias podem evoluir para quadros graves, especialmente em populações vulneráveis. Um estudo de 2017 publicado na Environmental Health Perspectives estima que, em alguns países europeus, a sensibilização à ambrosia pode crescer até 200% até 2050.
Diante desse cenário, profissionais da saúde ganham um papel estratégico: além de cuidar dos pacientes, podem atuar como agentes de conscientização sobre os efeitos das mudanças climáticas. A médica Alisha R. Pershad, responsável pela pesquisa da Universidade George Washington, ressalta: “Os médicos estão na linha de frente e podem adaptar suas práticas conforme as condições ambientais evoluem.”
Na prática, isso significa orientar melhor os pacientes sobre prevenção, incentivar diagnósticos precoces, e, quem sabe, participar de campanhas que unam saúde pública e preservação ambiental.
Em resumo:
🌿 O clima mais quente e úmido está fazendo as plantas liberarem pólen mais cedo e por mais tempo.
🤧 A temporada de alergias está ficando mais intensa e atingindo mais pessoas, inclusive em áreas urbanas.
🩺 Profissionais da saúde têm papel chave na prevenção e na adaptação dos cuidados, além de poderem contribuir com a conscientização climática.
Se você sente que as alergias têm durado mais do que o normal, não é só impressão — o planeta está espirrando junto com você. E talvez seja hora de enxergar esses sintomas como um alerta não só para a saúde pessoal, mas para a saúde do planeta também.
Se quiser, posso adaptar esse conteúdo para redes sociais com dicas práticas de prevenção ou transformá-lo em um infográfico educativo. Gostaria de seguir por essa linha?