Recentemente, o zoológico de Praga foi palco de um evento muito esperado: o nascimento de um bebê pangolim chinês, uma espécie gravemente ameaçada. Esse acontecimento não só trouxe alegria para os funcionários do zoológico, mas também renovou as esperanças para a conservação dessa espécie, considerada uma das mais ameaçadas do planeta.
O nascimento que renovou a esperança
Em 1º de julho, um pangolim fêmea nasceu no zoológico de Praga, sendo o segundo bebê dessa espécie em menos de dois anos. A mãe, Run Hou Tang, e o pai, Guo Bao, chegaram ao zoológico em 2022, provenientes do zoológico de Taipei, com o objetivo de ajudar na preservação da espécie. A surpresa foi grande, pois ninguém esperava que a reprodução fosse tão bem-sucedida, e muito menos que ocorressem dois nascimentos em tão pouco tempo.
Miroslav Bobek, diretor do zoológico, expressou sua satisfação com o acontecimento: “Esperávamos ter um filhote um dia, mas ninguém imaginava que teríamos dois em um ano e meio.” Esta conquista é um marco importante na luta contra a extinção dos pangolins chineses, uma vitória que traz um alento para os esforços globais de preservação.

O status crítico da espécie
Classificados como “em perigo crítico de extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), os pangolins chineses enfrentam sérios desafios. Conhecidos por suas escamas, que são utilizadas em práticas medicinais na Ásia, esses animais são as vítimas de branqueamento mais intensas do mundo. Estima-se que entre 2010 e 2013, cerca de um milhão de pangolins foram caçados ilegalmente, o que equivale a um animal a cada 15 minutos.
Essas escamas, extremamente valiosas no mercado negro, são uma das principais razões pela qual as populações de pangolins chineses caíram drasticamente ao longo dos anos. A boa notícia, porém, é que a reprodução bem-sucedida desses animais em cativeiro abre portas para programas de conservação mais eficazes e sustentáveis.

Superando os desafios da reprodução em cativeiro
A reprodução de pangolins em cativeiro é notoriamente desafiadora. Esses animais têm um dieta especializada, alimentando-se principalmente de larvas de formigas e termiteiros, o que dificulta ainda mais o processo de criação. Além disso, eles necessitam de um ambiente cuidadosamente controlado, com umidade e temperatura específicas para garantir seu bem-estar.
Apesar dessas dificuldades, o zoológico de Praga demonstrou grande comprometimento com a preservação e com a pesquisa sobre o comportamento desses animais. A chegada do segundo bebê pangolim é uma prova do esforço contínuo e da dedicação da equipe do zoológico.

Engajamento do público na conservação
Para envolver o público na preservação dos pangolins, o zoológico lançou uma iniciativa interessante: convidou os visitantes a sugerirem nomes para o novo bebê pangolim. Através de uma votação, a comunidade local poderá ajudar a escolher o nome, o que reforça o compromisso do zoológico com a conscientização ambiental e com o fortalecimento dos laços com a comunidade.

Conheça a vida do pangolim chinês
O pangolim chinês, um mamífero fascinante com suas escamas, possui hábitos de vida curiosos. Durante o inverno, quando as temperaturas caem, ele não se contenta em se esconder em um simples abrigo. Ao contrário, o pangolim cava tocas profundas e bem localizadas para se proteger do frio. Esses abrigos subterrâneos não apenas oferecem proteção, mas também garantem uma temperatura corporal estável, essencial para a sobrevivência.
As tocas, por sua vez, são estrategicamente localizadas próximas a colônias de formigas ou termitas, que são a principal fonte de alimento do pangolim. Essa proximidade com as colônias de insetos facilita a alimentação, mesmo nos meses mais difíceis do ano.
O nascimento deste bebê pangolim chinês não é apenas uma boa notícia para o zoológico de Praga, mas também para todos aqueles que trabalham em prol da preservação ambiental. A história do pangolim nos lembra da importância de proteger as espécies em perigo e da incrível resiliência da natureza, que ainda pode oferecer surpresas positivas, mesmo quando tudo parece perdido.