Animais

Sapos conspícuos têm cérebros grandes para fugir de predadores

Santiago Ferreira

As rãs desenvolveram uma ampla variedade de estratégias para escapar de predadores. Alguns dos mecanismos de defesa usados ​​pelos sapos são bastante bizarros, como fingir-se de morto, gritar, urinar ou inchar o corpo.

Num novo estudo liderado pelo biólogo evolucionista Stefan Lüpold, da Universidade de Zurique, os investigadores decidiram investigar como as rãs escolhem entre duas estratégias antipredadoras específicas: fugir do local versus evitar a detecção através da camuflagem. Os resultados sugerem que as rãs evoluíram para ter cérebros pequenos ou grandes, dependendo de qual destas estratégias de defesa utilizam.

Apesar da sua eficácia, tanto a fuga como a camuflagem acarretam custos potenciais. Por exemplo, é preciso muita energia para escapar fisicamente de um predador. Mas embora a camuflagem possa poupar energia, pode ser prejudicial para o sucesso do acasalamento e limitar enormemente os locais onde os animais podem viver em segurança.

O estudo concentrou-se nas adaptações antipredadoras em 102 espécies de rãs chinesas. A análise revelou que as rãs com menos predadores tinham corpos adaptados para escapar, incluindo cérebros grandes e patas traseiras musculosas.

Por outro lado, quando os sapos enfrentam muitos predadores, fugir não é mais a melhor opção. “Sob estas condições desfavoráveis, os custos cognitivos necessários para esta estratégia superam os seus benefícios”, explicou Lüpold. “Aqui, a evolução levou a uma mudança gradual da evasão cognitiva dos predadores para a camuflagem – e, portanto, cérebros menores.”

Segundo os pesquisadores, o estudo é o primeiro a estabelecer uma ligação direta entre a evolução do cérebro e diferentes estratégias para fugir de predadores.

“Nosso estudo destaca que a pesquisa sobre a evolução do cérebro deve considerar os custos metabólicos tanto quanto se concentrar nos benefícios cognitivos”, disse Lüpold.

“Especificamente, a nossa análise do caminho filogenético revela uma relação indireta entre o risco de predação e a cripse que é mediada pelo tamanho do cérebro”, escreveram os autores do estudo. “Este resultado sugere que, com um baixo risco de predação, as rãs podem dar-se ao luxo de chamar a atenção e usar o seu grande cérebro para evasão cognitiva dos predadores. Esta estratégia pode tornar-se menos eficiente ou energeticamente mais dispendiosa sob maior pressão de predação, favorecendo cérebros mais pequenos e, em vez disso, aumentando a criptografia”.

O estudo está publicado na revista Avanços da Ciência.

Por Chrissy Sexton, Naturlink Funcionário escritor

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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