Animais

Mudanças na captura de peles necessárias para proteger os ursos pardos

Santiago Ferreira

Um novo estudo publicado na revista Sociedade da Vida Selvagem chamou a atenção para um pequeno número de ursos pardos no sudeste da Colúmbia Britânica que estão sem dedos nas patas dianteiras devido a amputações acidentais causadas por armadilhas de agarrar o corpo usadas para capturar uma variedade de animais menores, como martas ou doninhas. Embora o número de ursos sem dedos dos pés não seja grande, é suficiente para levantar preocupações e exigir mudanças nas práticas de captura de peles.

Perder os dedos das patas dianteiras pode causar problemas significativos para os ursos pardos, tornando mais difícil cavar em busca de comida ou se defender. Ao discutir a questão com caçadores, comunidades indígenas, agentes de conservação, gestores da vida selvagem e cientistas, bem como comparar dados de outras áreas próximas à Colúmbia Britânica, os pesquisadores identificaram um padrão de perda de dedos dos pés e até confirmaram relatos de ursos pardos que foram mortos com armadilhas para agarrar o corpo de pequenos mamíferos ainda em seus pés.

Para testar a sua teoria, montaram quatro armadilhas – preparadas para poderem disparar, mas não totalmente próximas – e monitorizaram-nas com câmaras remotas durante duas semanas. As observações revelaram que os ursos pardos visitaram todas as quatro armadilhas e lançaram duas delas.

“Mesmo com a pequena amostra, ficou claro que as armadilhas com iscas atraíam os ursos e que os ursos disparavam as armadilhas para obter comida. Temos fotos e vídeos que mostram os ursos investigando as armadilhas e manipulando as caixas com as patas”, disse o principal autor do estudo, Clayton Lamb, cientista da vida selvagem da Universidade da Colúmbia Britânica.

Segundo os cientistas, não é o estalo inicial da armadilha que faz com que os ursos percam os dedos dos pés, mas a duração prolongada da armadilha presa nos pés, o que leva à infecção e, por fim, à necrose.

Para evitar, tanto quanto possível, tais incidentes, o Dr. Lamb e seus colegas sugerem um adiamento oficial do início da temporada de captura de martas e doninhas, de novembro para dezembro, para dar aos ursos tempo para hibernar completamente.

“Mudar o início da maioria das capturas que coincide com a temporada ativa de ursos eliminaria a sobreposição, e os caçadores geralmente deveriam ser capazes de evitar a captura acidental de ursos”, explicou Lamb. “Isso não apenas reduz o risco para os ursos, mas também evita que as armadilhas sejam destruídas pelos ursos.”

“A solução mais viável para o problema do dedo do pé amputado exige que os pés dos ursos não entrem nessas armadilhas”, acrescentou. “As soluções que apresentamos têm vários prós e contras, e esperamos que este trabalho possa ajudar os decisores políticos a escolher uma solução que resolva o problema do dedo do pé amputado e, ao mesmo tempo, garanta que os caçadores continuem a ter a importante oportunidade de capturar criadores de peles.”

Por Andrei Ionescu, Naturlink Funcionário escritor

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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