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Sorrisos de animais: o que eles dizem realmente sobre seus sentimentos?

Stella

Quem nunca se encantou com a imagem de um animal sorridente nas redes sociais? Seja o sorriso sereno de um bicho-preguiça ou a boca aberta de um cachorro que parece estar rindo, é difícil resistir a esses momentos. Acreditamos que esses gestos refletem a felicidade e o afeto dos nossos amigos peludos. Mas será que é isso mesmo?

O que a ciência revela sobre o “sorriso” dos animais

Por trás desses sorrisos aparentemente amigáveis, pode haver significados muito diferentes — ou até nenhum significado intencional. Por exemplo, o sorriso do golfinho, tão famoso, é apenas uma característica da sua morfologia, sem relação com emoções humanas. E o mesmo vale para outros animais.

E os cães? Qualquer dono feliz jura que já viu seu cachorro sorrir de verdade. Porém, uma pesquisa da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, analisou expressões faciais caninas e descobriu que os cães podem mostrar um sorriso, mas nem sempre isso indica felicidade — às vezes, é sinal de medo ou nervosismo.

Quanto aos gatos, suas expressões faciais são mais discretas, quase difíceis de ler. Um estudo de 2017 adaptou um software para analisar expressões humanas e aplicou aos felinos, identificando emoções como medo, raiva e frustração — mas, infelizmente, nenhum sorriso verdadeiro.

Primatas e a evolução do sorriso

Se queremos entender o sorriso mais parecido com o humano, é melhor olhar para nossos primos mais próximos: os primatas. Estudos indicam que o gesto de abrir a boca durante brincadeiras pode ser a origem evolutiva do sorriso humano. Mas até mesmo nesses animais, o significado pode variar — pode expressar alegria, medo ou até agressividade, conforme explica o renomado primatólogo Frans de Waal.

Por que interpretamos sorrisos onde eles nem sempre existem?

Nossa tendência humana é enxergar rostos e expressões em tudo — como quando vemos formas em nuvens. Essa habilidade, chamada pareidolia, faz com que atribuímos emoções humanas aos animais, mesmo quando não há intenção por trás disso.

No entanto, é preciso cuidado. Segundo o biólogo e etólogo Marc Bekoff, interpretar de forma errada os “sorrisos” dos cães pode gerar situações desconfortáveis ou até perigosas. É essencial observar o contexto: quem está perto, o que está acontecendo, qual é o comportamento geral do animal.

Sorrir é mais complexo do que parece — para humanos e animais

Por fim, lembre-se que, mesmo entre os humanos, o sorriso pode esconder nervosismo, ironia ou sarcasmo. Portanto, antes de se aproximar de um animal só porque ele parece estar sorrindo, pense duas vezes. Nem sempre o que vemos é o que realmente está acontecendo no universo emocional dos nossos amigos.

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