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Perigo biológico: Solo em carga marítima carregada com espécies invasoras

Santiago Ferreira

As espécies invasoras são frequentemente trazidas para novas regiões de forma não intencional através de atividades humanas, representando uma ameaça para a vida selvagem nativa. Se se estabelecerem, as espécies invasoras podem competir, atacar ou trazer doenças às espécies nativas, o que pode levar ao seu declínio ou mesmo à extinção. Isso perturba o equilíbrio do ecossistema.

O custo do controlo das espécies invasoras e as perdas económicas que elas criam podem ser imensos. Algumas espécies invasoras transmitem doenças que afetam a saúde humana.

É importante compreender como estas espécies são introduzidas e porque se estabelecem em novos locais, a fim de ajudar a prevenir os seus impactos destrutivos. No entanto, continua a haver falta de investigação neste domínio e muitas questões permanecem.

Riscos biológicos

Numa colaboração entre a AgResearch e a Better Border Biosecurity (B3), os investigadores decidiram investigar os riscos biológicos apresentados pelo solo encontrado nas superfícies externas do transporte marítimo. Isso incluía contêineres e maquinários nos portos marítimos da Nova Zelândia.

O objectivo não era apenas compreender esta potencial ameaça à biossegurança, mas também aperfeiçoar medidas para prevenir a entrada e propagação de organismos invasores.

O que os pesquisadores aprenderam

O estudo revelou que o solo estava presente em quase todos os fretes marítimos, independentemente da sua origem. Isto é preocupante porque o solo é um potencial transportador de micróbios nocivos, incluindo patógenos de plantas.

A quantidade média de solo detectada num único contentor marítimo foi de 5,3 kg, enquanto o peso médio global foi de 417g. Surpreendentemente, a maior parte deste solo estava localizada na parte inferior do frete marítimo.

Organismos invasores

Mark McNeill da AgResearch, que liderou o estudo, observou que embora a presença do solo talvez não seja surpreendente, a presença de bactérias vivas, fungos, vermes, sementes e insectos associados ao solo era mais preocupante.

“Vários organismos regulamentados de biossegurança foram recuperados das amostras, incluindo vermes, sementes, insetos e aranhas parasitas de plantas que não foram registrados como presentes na Nova Zelândia.”

Implicações do estudo

“A propagação de espécies exóticas através destas redes não só representa custos ambientais, económicos e sociais significativos para os ambientes naturais e agrícolas, caso se estabeleçam espécies exóticas invasoras, como também a perda de biodiversidade é uma consequência esperada do estabelecimento de espécies exóticas invasoras”, escreveu. Os pesquisadores.

“Para as ilhas, as implicações podem ser significativas, uma vez que apresentam elevados níveis de endemismo e o estabelecimento de espécies exóticas invasoras pode levar à extinção de espécies, bem como ao declínio da biodiversidade.”

Uma comparação interessante foi feita com um estudo anterior que examinou a contaminação do solo em calçados transportados por passageiros de companhias aéreas internacionais. A comparação revelou que o solo no transporte marítimo, embora menos diversificado, ainda representa uma ameaça tangível à biossegurança.

O estudo destaca a importância do frete marítimo como uma rota de entrada notável para espécies invasoras. Recomendam-se medidas preventivas, como a limpeza dos contentores antes da partida e inspeções minuciosas nas fronteiras, para conter a potencial propagação destes organismos prejudiciais.

O estudo está publicado na revista NeoBiota.

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Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

Santiago