Em “A Book of Noises”, Caspar Henderson documenta os maravilhosos ruídos do planeta
A vida contemporânea está repleta de sons intrusivos. Pense no rugido de um motor a jato cortando uma caminhada. O problema é tão grande que, na floresta tropical de Hoh, no Parque Nacional Olímpico de Washington, os investigadores criaram um santuário de silêncio para manter quieta uma pequena fatia do nosso planeta à medida que o barulho se aproxima.
Em Um livro de ruídos: notas sobre o auráculo (University of Chicago Press, 2023), o jornalista Caspar Henderson documenta como a nossa casa neste planeta nunca esteve silenciosa e por que isso é (principalmente) inspirador. Após o big bang, o universo era tão denso que apenas o som, e não a luz, poderia viajar através dele. Essas ondas sonoras formaram uma espécie de andaime cósmico sobre o qual se formaram galáxias como a nossa. Não seríamos nada sem som.
Alguns destes ruídos maravilhosos desapareceram da Terra, como o chamado semelhante a um trombone do dinossauro Parasaurolophus, que os investigadores recriaram depois de descobrirem o seu osso oco que produz ruídos. Outros nos falta presença para ouvir. A aurora boreal emite estalos e estrondos tão altos quanto um sussurro humano; os turistas muitas vezes sentem falta deles “porque estão conversando ou tirando fotos”.
Quando se trata de sons produzidos pelo homem, o tom de Henderson muda. Ele nos apela à calma, já que a Organização Mundial da Saúde estima que a poluição sonora custa aos seres humanos um milhão de “anos de vida saudável”. Os pássaros urbanos precisam essencialmente gritar para ouvir uns aos outros, o que os pesquisadores sabem que consome energia extra e causa envelhecimento prematuro.
Reduzir a poluição sonora não é uma tarefa fácil, mas Henderson tem boas notícias: “Ao contrário de outras formas de poluição, como o plástico, que provavelmente contaminarão os solos e os oceanos por muito tempo, mesmo que os humanos parem de despejá-los agora, a poluição sonora desaparecerá assim que pararmos de produzi-lo.”