Os cientistas descobriram a nona espécie de pangolins, conhecidos como os animais mais caçados ilegalmente no mundo.
Existem oito espécies de pangolim anteriormente conhecidas, quatro das quais são encontradas na Ásia e quatro na África.
Os mamíferos solitários, que se assemelham a tamanduás, são ilegalmente caçados e contrabandeados pela sua carne e armaduras incomuns, semelhantes a escamas, que algumas pessoas acreditam ter benefícios terapêuticos.
Doce mistério
Entre 2012 e 2019, cientistas que examinaram as escamas ilegais capturadas em Hong Kong e na região chinesa de Yunnan descobriram marcadores genéticos não vistos em nenhum pangolim conhecido.
A análise do genoma identificou uma nona espécie inesperada, Manis mysteria, que a equipe nomeou.
“Ficamos bastante surpresos porque não esperávamos que uma nova espécie pudesse ser descoberta a partir de escamas apreendidas”, disse o coautor do estudo Jing-Yan Hu, assistente de pesquisa do Laboratório Estatal Chave para Conservação e Utilização de Biorrecursos da Universidade de Yunnan.
As descobertas reveladas num artigo publicado na revista PNAS afirmam que a equipa de investigação conduziu um exame estrutural em amostras à escala de vários confiscos.
Para avaliar se as escamas pertenciam a uma nova espécie, os investigadores compararam 17 genomas de escamas roubadas de pangolim com 138 genomas de oito espécies conhecidas do animal.
Eles também examinaram a forma e a estrutura das 33 escamas apreendidas e descobriram características semelhantes às dos pangolins asiáticos, o que implica que as criaturas misteriosas pertencem a Manis, o grupo de pangolim asiático, em vez de Phataginus ou Smutsia, os grupos de pangolim africanos.
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Proteger espécies ameaçadas
Embora o nono pangolim ainda não tenha sido descoberto e caracterizado formalmente pelos cientistas, isso não significa que seja desconhecido.
Isto faz de M. mysteria um exemplo de diversidade críptica, em que linhagens evolutivas distintas são difíceis de distinguir porque se assemelham a espécies já conhecidas. M. mysteria não pôde ser distinguido de outros pangolins asiáticos apenas com base nas suas escamas, segundo os investigadores.
Hu disse que a descoberta também exige mais preocupações de conservação e esforços conjuntos para ajudar a enfrentar a oferta e a procura do comércio de pangolim.
Os especialistas sublinharam que a descoberta é crítica, pois a identificação desta nova espécie permitirá aos conservacionistas concentrar os esforços de gestão para prevenir a sua extinção.
“Quando uma espécie é extinta, a sua biodiversidade única é perdida”, disse o Dr. Aryn Wilder, investigador especializado em genética da conservação na San Diego Zoo Wildlife Alliance. “Com a descoberta de uma nova espécie de pangolim, provavelmente ameaçada de extinção, e com mais investigação para aprender sobre a sua distribuição, ecologia, história de vida e estado de conservação, as estratégias de conservação podem ser adaptadas especificamente para garantir que esta espécie sobreviva.”
De acordo com os conservacionistas, mais de um milhão de pangolins foram caçados ilegalmente na natureza nas décadas até 2014, e todo o comércio externo foi proibido desde 2016.
Apesar do seu carácter enigmático, houve especulações anteriores de que a família do pangolim é maior do que se pensava anteriormente.
A recente descoberta pode ser o começo, e os cientistas esperam encontrar outras espécies de pangolim.
Encontrar um novo “mamífero de grande porte” não é algo que acontece todos os dias.
Uma das descobertas genéticas mais recentes foi a descoberta de um novo tipo de orangotango em 2017.
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