Animais

Moscas que não picam representam uma ameaça maior à saúde pública

Santiago Ferreira

Um estudo da Universidade de Massachusetts Amherst revelou que as moscas que não picam são subestimadas em sua capacidade de transmitir doenças aos humanos. Sabe-se que as moscas que picam espalham doenças ao transferir sangue infectado de hospedeiro para hospedeiro. A nova pesquisa sugere que o vômito de moscas que não picam representa um risco ainda maior para a saúde humana.

“Tenho trabalhado com moscas sinantrópicas desde que era estudante de graduação na década de 1960”, disse John Stoffolano, professor de entomologia na Escola de Agricultura Stockbridge da UMass Amherst. “E as moscas sinantrópicas foram amplamente ignoradas. As moscas que se alimentam de sangue ganharam destaque, mas devemos prestar atenção às que vivem entre nós porque elas obtêm seus nutrientes de pessoas e animais que liberam patógenos em suas lágrimas, fezes e feridas.”

Por exemplo, a mosca doméstica comum pode comer alimentos como atropelamentos, esterco de animal ou lixo podre antes de entrar em uma casa. Cada vez que a mosca se alimenta, ela enche o seu papo.

“A lavoura é como um tanque de gasolina, um local para armazenar o alimento antes que ele chegue ao trato digestivo, onde será transformado em energia para a mosca”, explica Stoffolano.

A colheita é usada para armazenamento – não para digestão. Segundo os pesquisadores, existem muito poucas enzimas digestivas ou peptídeos antimicrobianos presentes para neutralizar a maioria dos patógenos. Isto significa que a cultura se torna essencialmente um local para armazenar patógenos produtores de doenças.

Os especialistas explicaram que, à medida que a mosca decola, ela se livra do excesso de água da plantação, regurgitando a água. Se a mosca pousar em um sanduíche, ela esvaziará seu papo no pão.

Stoffolano observou que ainda não sabemos muitos dos princípios básicos sobre essas moscas. “São as pequenas coisas que causam os problemas. Nossa saúde depende de prestar mais atenção a essas moscas que vivem conosco.”

O estudo está publicado na revista Insetos.

Por Chrissy Sexton, Naturlink Funcionário escritor

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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