Meio ambiente

Mancha solar colossal detectada pela NASA cresce; CMEs podem perturbar as redes elétricas da Terra

Santiago Ferreira

Uma mancha solar colossal que a NASA observou está em expansão e pode eventualmente produzir CMEs que podem interferir na rede elétrica da Terra.

Mancha solar colossal continua crescendo

Cientistas da NASA descobriram recentemente uma enorme mancha solar, que deverá crescer e se mover durante a próxima semana até ficar de frente para a Terra.

Os investigadores emitiram um alerta de que a região mais fria e escura do Sol pode produzir fortes explosões, como erupções solares e ejeções de massa coronal.

Dado que estas erupções têm o potencial de colidir com a Terra, perturbar a navegação por satélite e até causar cortes de energia, a monitorização das manchas solares é significativamente mais importante do que simplesmente ser uma questão de interesse científico.

Aviso de uma semana da NASA

O rover Perseverance da NASA capturou imagens de uma mancha solar a uma distância notável de 152 milhões de milhas de distância.

De 17 a 20 de agosto, enquanto navegava na cratera Jezero de Marte, o rover documentou a mancha solar.

A posição de Marte no outro lado do Sol permitiu que o Perseverance observasse as manchas solares que se aproximavam mais de uma semana antes da Terra. Isso significa que pode servir como um aviso de uma semana.

Estas imagens foram transformadas em animação, revelando um sol fraco com uma massa sombria considerável movendo-se pela sua superfície.

Dada a baixa resolução, a mancha solar deve ser notavelmente grande, destacando a sua importância de acordo com os cientistas.

Manchas solares e campos magnéticos

As manchas solares são ocorrências transitórias na fotosfera do Sol que podem ser vistas como manchas escuras em comparação com as áreas circundantes. Resultam da alta atividade do campo magnético do Sol, que impede a convecção através de um fenômeno conhecido como confinamento magnético.

Devido à rotação diferencial, os campos magnéticos do Sol podem torcer e deformar-se à medida que gira.

As manchas solares podem ser produzidas quando esses campos magnéticos distorcidos perfuram a superfície do Sol.

Ciclo solar

O ciclo solar, um período de aproximadamente 11 anos em que a atividade das manchas solares aumenta ao máximo e depois diminui ao mínimo, rege a atividade das manchas solares. Numerosos fenômenos no espaço e na Terra são influenciados pelo ciclo solar.

Umbra e Penumbra são normalmente as duas seções de uma mancha solar.

O campo magnético é mais forte no centro, onde é mais escuro.

A porção externa, conhecida como penumbra, é mais clara que a umbra e possui uma estrutura mais complexa.

Ejeção de massa coronal de CMEs

O clima espacial, assim como a radiação solar, podem ser afetados pela quantidade e existência de manchas solares.

Estão ligadas a explosões solares e CMEs ou ejeções de massa coronal, que podem afetar significativamente a magnetosfera da Terra e potencialmente interferir com a eletricidade e a infraestrutura de comunicação.

A alta atividade de manchas solares também pode afetar a temperatura na Terra. A conexão é complicada e não totalmente compreendida.

Efeitos na rede elétrica

Pesquisadores do Laboratório Nacional de Los Alamos estão investigando maneiras de proteger a rede elétrica contra danos potenciais causados ​​por ejeções de massa coronal solar (CMEs).

Ao contrário das ameaças cibernéticas, estas CMEs, produzidas pelo sol, podem causar danos físicos à rede eléctrica do país.

A interação de uma CME com o campo magnético da Terra gera campos magnéticos flutuantes perto da superfície, criando um campo elétrico fraco. Embora isso tenha pouco impacto na maioria dos eletrônicos, afeta significativamente condutores estendidos, como linhas de energia e linhas de gás magnético.

Esses condutores transportam corrente para os transformadores das subestações.

Uma vez que estes transformadores estão frequentemente próximos dos níveis de saturação em termos de intensidade do campo magnético, a preparação é crucial.

Os operadores da rede devem realizar avaliações de planeamento para garantir a estabilidade da rede durante tempestades geomagnéticas, evitando potenciais cortes de energia de semanas que poderiam levar ao caos social e graves perdas económicas.

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

Santiago