Durante cinco anos, Orphée viveu confinada a uma pequena área cercada, sem comida adequada, água ou sequer um abrigo digno. Quando finalmente foi resgatada, sua condição chocou até os voluntários mais experientes. Hoje, ela se recupera e descobre pela primeira vez o que é sentir segurança e amor.
Uma vida marcada pelo abandono
Orphée, uma São Bernardo de aproximadamente cinco anos, foi encontrada em Douvrin, no norte da França, vivendo ao relento, dia e noite, com apenas uma mesinha de plástico como proteção. Seu corpo magro, pesando apenas 35 kg — bem abaixo dos 50 a 75 kg normais para a raça — denunciava meses de neglecto. A cadela sofria de infecções, infestação de parasitas na pele e um problema nos olhos que a deixava constantemente incomodada.
Lembro de visitar um abrigo no interior de Minas Gerais, onde encontrei outro amigo canino em situação similar: tão magro que parecia um esqueleto ambulante. Ver Orphée naquele estado trouxe de volta a lembrança de como a responsabilidade do tutor faz toda a diferença na vida de um pet.
Rumo a uma nova chance
Graças à ação de investigadores da ONG 30 Milhões de Amigos, Orphée foi levada ao Abrigo da Tuilerie, na região de Seine-et-Marne, onde recebe cuidados veterinários, alimentação balanceada e muito carinho. Aos poucos, sua força retorna: cada quilo ganho é celebrado pelos voluntários, que acompanham com alegria seus primeiros passos livres de dor.
“É uma cadela incrível, paciente e cheia de gratidão”, conta Pascale, voluntária que acompanhou o resgate. Em breve, Orphée será encaminhada para adoção, mas somente a um lar que compreenda a importância de manter este laço de afeto e respeito ao longo de toda a vida. Sua história é um lembrete de que, quando damos uma segunda chance, animais como ela retribuem com lealdade e ternura.
