Meio ambiente

226 gigatoneladas de carbono poderiam ser sequestradas ao permitir que as árvores envelheçam, conclui estudo

Santiago Ferreira

Especialistas disseram que 226 gigatoneladas de carbono poderiam ser sequestradas permitindo que as árvores envelhecessem.

Um estudo recente mostrou que as florestas são um sumidouro substancial de carbono terrestre, mas as mudanças antropogénicas no uso da terra e no clima reduziram consideravelmente a escala deste sistema.

Perdas de carbono das florestas

Afirmou que as estimativas de detecção remota para quantificar as perdas de carbono das florestas globais são caracterizadas por uma incerteza considerável e os investigadores carecem de uma avaliação abrangente de origem terrestre para avaliar essas estimativas.

No estudo, os especialistas combinaram várias abordagens terrestres e derivadas de satélite para avaliar a escala do potencial global de carbono florestal fora das terras agrícolas e urbanas.

Apesar da variação regional, as previsões demonstraram uma consistência notável à escala global, com apenas uma diferença de 12% entre as estimativas obtidas no solo e as obtidas por satélite.

Actualmente, o armazenamento global de carbono florestal está marcadamente abaixo do potencial natural, com um défice total de 226 Gt (gama de modelos = 151-363 Gt) em áreas com baixa pegada humana.

A maior parte deste potencial está em áreas com florestas existentes, nas quais a protecção dos ecossistemas pode permitir que as florestas recuperem até à maturidade.

O potencial restante reside em regiões onde as florestas foram removidas ou fragmentadas.

Os especialistas observaram que, embora as florestas não possam substituir as reduções de emissões, os resultados do estudo apoiam a ideia de que a conservação, a restauração e a gestão sustentável de diversas florestas oferecem contribuições valiosas para o cumprimento das metas globais em matéria de clima e biodiversidade.

As contínuas crises climáticas e de biodiversidade ameaçam os ecossistemas e a sociedade humana, segundo os especialistas.

Afirmaram que, representando 80% a 90% da biomassa vegetal global e grande parte da biodiversidade terrestre da Terra, as florestas desempenham um papel fundamental tanto na mitigação como na adaptação às alterações climáticas.

Até agora, os seres humanos eliminaram quase metade das florestas naturais da Terra e continuamos a perder mais 0,9 a 2,3 Gt C por ano (cerca de 15% das emissões humanas anuais de carbono) através da desflorestação.

Em resposta a estes desafios prementes, foram estabelecidas iniciativas ambientais internacionais, como a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas, o Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal e a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Utilização dos Solos, para reduzir a desflorestação e revitalizar os ecossistemas.

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Metas Ambientais

O estudo observou que um passo fundamental na orientação de tais metas ambientais é obter uma compreensão abrangente da distribuição global dos stocks de carbono florestais existentes, bem como do potencial de recaptura de carbono se os ecossistemas saudáveis ​​puderem recuperar.

Os investigadores observaram que, entre as preocupações de lavagem verde em torno do papel da natureza na mitigação da crise climática, sublinharam a importância da biodiversidade para ajudar as florestas a atingir o seu potencial de redução de carbono.

Também emitiram um alerta de que a plantação de grandes números de espécies únicas não ajudaria e que eram necessários cortes urgentes nas emissões de combustíveis fósseis.

O estudo indicou que o número crescente de incêndios florestais e as temperaturas mais elevadas devido à crise climática provavelmente reduziriam o potencial.

A maior parte das florestas do mundo está altamente degradada, segundo especialistas.

Eles disseram que muitas pessoas nunca estiveram em uma das poucas florestas antigas que permanecem na Terra.

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

Santiago