Animais

O horário de verão reduz colisões de veículos com animais selvagens

Santiago Ferreira

Um estudo recente liderado pela Universidade de Washington descobriu que a prática de adiantar os nossos relógios – resultando num pôr do sol mais tardio – poderia reduzir em 16 por cento os acidentes de carro associados à noite com veados. Os especialistas desenvolveram um modelo que mostra os principais benefícios que o horário de verão permanente poderia trazer, não apenas no salvamento de vidas de animais, mas também na redução de ferimentos humanos (e até mortes) e custos de colisão.

“Vimos essas mudanças enormes e abruptas na atividade humana associadas ao horário do nascer e do pôr do sol, então isso nos fez pensar: se os humanos estão respondendo ao horário do relógio, enquanto os animais estão respondendo ao horário de verão, isso cria mais oportunidades para conflito entre humanos e animais selvagens?” disse o principal autor do estudo, Calum Cunningham, pesquisador de pós-doutorado em Biologia na Universidade de Washington.

Usando dados de 23 agências estaduais do Departamento de Transportes dos EUA, os pesquisadores analisaram 1.012.465 colisões entre cervos e veículos, juntamente com 96 milhões de observações de tráfego por hora em todos os Estados Unidos.

A análise revelou que as colisões de veículos eram 14 vezes mais frequentes duas horas após o pôr do sol do que antes e, ainda mais surpreendente, que a taxa de colisões entre cervos e veículos aumentou 16 por cento na semana seguinte à mudança para o horário padrão.

Tendo estes números em conta, os cientistas estimaram que, se o horário de verão se tornasse permanente, poderia evitar pelo menos 36.550 mortes de cervos, 33 mortes humanas, 2.054 ferimentos humanos e 1,19 mil milhões de dólares em custos de colisão todos os anos.

“Fiquei surpreso com o quão impressionante era esse padrão, com a probabilidade de os cervos serem atingidos uma ou duas horas após o anoitecer. Esta mudança de uma hora na atividade humana poderia ter um efeito muito significativo”, concluiu Cunningham.

O estudo está publicado na revista Biologia Atual.

Por Andrei Ionescu, Naturlink Funcionário escritor

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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