Animais

Novos insights sobre o ciclo dia/noite do oceano global

Santiago Ferreira

O fitoplâncton é a base da vida na Terra. Compreender como estes organismos reagem ao ambiente oceânico pode melhorar o nosso conhecimento do resto da cadeia alimentar. O ciclo de luz dia/noite – “ciclo diel” – é crítico para a fotossíntese entre os produtores primários do oceano.

Biólogos do Laboratório Biológico Marinho em Massachusetts incorporaram o ciclo diário em um novo modelo oceânico global para investigar seus efeitos sobre o fitoplâncton. O estudo é o primeiro a investigar como o ciclo dia/noite afeta a biogeografia e a diversidade desses produtores primários.

O novo modelo aplicou ciclos naturais de luz e escuridão sobre o oceano global a 15 tipos de fitoplâncton simulados. Essas simulações foram comparadas a uma simulação de controle para ver como os ciclos de luz diurna afetaram a produtividade e a dinâmica da concentração de nutrientes.

O fitoplâncton simulado foi separado em dois grupos: “respigadores”, ou células simuladas menores com alta afinidade por nutrientes (capturando nutrientes da coluna de água mesmo que esses nutrientes estivessem em baixas quantidades), mas com crescimento lento; e “oportunistas”, ou simularam células maiores com taxas de crescimento mais elevadas, mas com baixa afinidade por nutrientes (o que significa que se saíram melhor em água rica em nutrientes).

Os pesquisadores descobriram que o ciclo diário era importante para o fitoplâncton simulado. Os ciclos diários foram associados a maiores concentrações de nutrientes limitados. Nas latitudes mais baixas, os oportunistas simulados eram mais abundantes que os respigadores. Isto tornou-se menos importante em latitudes mais altas, onde os efeitos do ciclo sazonal de luz eram mais fortes do que os ciclos dia/noite.

Se os cientistas não conseguem compreender como o fitoplâncton obtém a sua energia como produtores primários, é difícil compreender o resto da cadeia alimentar dos oceanos – até aos seres humanos.

Ao obterem informações sobre como funciona o oceano, os especialistas podem prever melhor como o aquecimento global afetará ainda mais o nosso planeta. Os cientistas criam modelos oceânicos melhores para investigar possíveis soluções para as alterações climáticas, ao mesmo tempo que minimizam as consequências indesejadas.

“Este modelo contribui para avançar a nossa compreensão de como funciona o oceano”, disse Vallino. “Ser capaz de prever como irá mudar a distribuição do fitoplâncton tem repercussões mais elevadas na cadeia alimentar. Se você não conseguir acertar essa mudança de base, não conseguirá acertar nada que esteja conectado a isso acima dela.

Por Katherine Bucko, Naturlink Funcionário escritor

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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