Animais

Jormungandr: lagarto de 24 pés é um novo elo na evolução do mosassauro

Santiago Ferreira

Os cientistas descobriram uma nova espécie de mosassauro, um lagarto marinho que prosperou durante o final do Cretáceo. A fera de 7 metros oferece pistas intrigantes sobre a evolução dessas criaturas antigas.

A espécie foi nomeada Jormungandr Walhallaensis em referência à serpente marinha nórdica e à cidade de Walhalla, em Dakota do Norte, perto de seu local de descoberta.

“A história de Jormungandr pinta um quadro maravilhoso e ajuda a contribuir para a nossa compreensão das regiões mais ao norte da rota marítima interior, especialmente com os mosassauros, e descobertas como essas podem despertar a curiosidade científica”, disse o co-autor do estudo, Nathan Van Vranken, do Leste. Faculdade Técnica e Comunitária da Virgínia Ocidental.

Perguntas evolutivas

Os mosassauros, grandes lagartos aquáticos carnívoros, há muito cativam a comunidade científica. O próprio termo “mosassauro” é anterior a “dinossauro”.

A descoberta do primeiro mosassauro, há mais de 200 anos, gerou inúmeras dúvidas. Entre eles: sua jornada evolutiva rumo ao desenvolvimento de nadadeiras e à adaptação aquática completa, que se acredita ter ocorrido três ou talvez até quatro vezes.

Outro mistério gira em torno de seu parentesco – eles estão mais intimamente relacionados com lagartos monitores ou cobras? O estudo recente está ajudando a responder a essas perguntas.

Fóssil inspirador

Em 2015, especialistas desenterraram um fóssil inspirador no nordeste de Dakota do Norte. Este espécime inclui um crânio quase intacto, mandíbulas, coluna cervical e várias vértebras.

Amelia Zietlow, autora principal do estudo e estudante de doutorado na Escola de Pós-Graduação Richard Gilder do Museu Americano de História Natural, fornece uma descrição vívida: “Se você colocasse nadadeiras em um dragão de Komodo e o tornasse realmente grande, seria basicamente isso que ele teria parecido. como.”

Mosassauros icônicos

Um exame detalhado revelou que Jormungandr possuía características encontradas em dois mosassauros icônicos: Clidastes, a variante mais primitiva e menor, e Mosassauro, uma criatura formidável que se estendia por quase 15 metros, que existia ao lado do poderoso Tiranossauro rex.

Notavelmente, esta nova espécie, estimada em 24 pés, ostentava nadadeiras, uma cauda semelhante à de um tubarão, “sobrancelhas irritadas” devido a uma crista óssea no crânio e uma cauda um tanto atarracada, mais curta que o corpo.

Monstros marinhos gigantes

“À medida que esses animais evoluíram para monstros marinhos gigantes, eles estavam constantemente fazendo mudanças”, disse Zietlow. “Este trabalho nos deixa um passo mais perto de entender como todas essas formas diferentes estão relacionadas entre si.”

O estudo sugere que Jormungandr existiu há cerca de 80 milhões de anos e foi um precursor evolutivo do colossal Mosasaurus.

“Este fóssil vem de uma época geológica nos Estados Unidos que realmente não entendemos”, disse o coautor do estudo, Clint Boyd, do Serviço Geológico de Dakota do Norte. “Quanto mais preenchermos a linha do tempo geográfica e temporal, melhor poderemos compreender essas criaturas.”

O estudo está publicado na revista Boletim do Museu Americano de História Natural.

Crédito da imagem: © Henry Sharpe

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Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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