Meio ambiente

Irã lança cápsula bioespacial transportando animais em órbita para se preparar para voos tripulados até 2030

Santiago Ferreira

O Irão avançou o seu programa espacial, muito debatido nos círculos ocidentais, em antecipação às missões humanas, ao lançar uma cápsula que transporta animais para o espaço.

Lançamento da Cápsula Bioespacial

Um vídeo do lançamento bem-sucedido de um foguete construído no Irã que transportava a cápsula – que teria sido lançada a 130 quilômetros (80 milhas) em órbita – foi divulgado pela mídia estatal na quarta-feira.

A cápsula “totalmente indígena” de 500 kg (1.100 lb) transportada pelo foguete Salman é considerada a maior cápsula biológica lançada com sucesso na história do programa espacial iraniano.

O primeiro lançador desta classe, o lançador Salman, foi projetado para lançar cápsulas científicas de meia tonelada.

Segundo relatos, a agência espacial civil iraniana construiu a cápsula, enquanto o Ministério da Defesa do país fabricou e lançou o foguete Salman.

Não foi especificado nas reportagens da mídia onde o lançamento foi realizado. O Irã normalmente lança foguetes da região norte do Centro Espacial Imam Khomenei de Semnan.

Afirma que o seu programa de satélite se destina ao uso civil e à investigação científica.

O programa há muito é visto com suspeita pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais devido à possibilidade de desenvolvimento de mísseis de longo alcance utilizando a mesma tecnologia.

A Guarda Revolucionária do Irão afirmou ter lançado em órbita o primeiro satélite militar do país em 2020, revelando o que os especialistas consideraram um programa espacial secreto.

Teerã insistiu que possui um programa nuclear pacífico.

A Rússia ajudou o Irão em Agosto de 2022 no lançamento de um satélite de imagem a partir de uma instalação espacial no Cazaquistão, um acontecimento que também alarmou o Ocidente.

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Animais no Espaço

O tipo de animal na cápsula não foi divulgado pela mídia estatal nem pela ministra das Telecomunicações, Isa Zarepour, que verificou os relatos.

Ele acrescentou que o Irã pretende lançar astronautas ao espaço até 2029, após testes adicionais em animais, conforme noticiado pela TV estatal.

O Irão começou a desenvolver programas espaciais em meados da década de 2000 e, em 2010, colocou com sucesso o seu primeiro animal em órbita.

Em 2013, declarou ter lançado e devolvido com sucesso dois macacos ao espaço.

O macaco espacial do Irã, conhecido como Fargam, decolou no topo de um foguete de combustível líquido a 120 quilômetros acima da Terra.

Ao longo do voo do foguete, os cientistas no terreno conseguiram rastrear a condição do macaco e vários pontos de dados do foguete.

O Irão lançou com sucesso o seu primeiro macaco no espaço suborbital em Janeiro de 2013 e regressou-o a casa numa nave espacial chamada Pishgam, que significa “pioneiro” em farsi. A agência espacial iraniana lançou o primeiro voo de macaco usando o foguete Kavoshgar 5 do país.

Uma tentativa anterior de fazê-lo em 2011 não teve sucesso.

Numerosas espécies animais, incluindo cães, ratos e macacos, foram lançadas ao espaço pelos programas espaciais dos EUA e da União Soviética nas décadas de 1940 e 1950. Mas por serem missões suborbitais, a espaçonave não formou uma órbita; em vez disso, viajou pelo espaço antes de retornar à Terra.

Em 3 de novembro de 1957, a cadela Laika, viajando a bordo da espaçonave soviética Sputnik 2, tornou-se o primeiro animal a orbitar a Terra.

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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