Meio ambiente

Inundações causam estragos no norte da França, deixando estradas intransitáveis ​​e escolas fechadas

Santiago Ferreira

Os residentes do norte de França enfrentam um cenário de pesadelo, uma vez que dois rios, o Aa e o Liane, transbordaram e inundaram dezenas de cidades e aldeias.

O departamento de Pas-de-Calais está em alerta vermelho devido a inundações e chuvas desde segunda-feira, e mais de 1.500 bombeiros foram mobilizados para resgatar pessoas e proteger propriedades.

O ministro do Interior, Gerald Darmanin, prometeu declarar o estado de desastre natural nas áreas afetadas.

A causa do desastre é uma semana de chuvas torrenciais que despejaram até 100 mm de água em algumas partes da região, quase sete vezes a quantidade normal de novembro.

A chuva foi acompanhada de trovoadas e ventos fortes, criando uma tempestade perfeita para inundações.

Alerta vermelho para dois rios após forte chuva

O Norte de França enfrenta uma grave crise de inundações, uma vez que dois rios, o Aa e o Liane, atingiram níveis recorde após fortes chuvas.

O departamento de Pas-de-Calais foi colocado em alerta vermelho devido a inundações e chuvas, e dezenas de escolas foram fechadas.

Mais de 1.500 bombeiros foram mobilizados para ajudar os moradores afetados e sete pessoas ficaram feridas.

As inundações afetaram cerca de 60 municípios, causando danos significativos a casas, estradas e infraestruturas.

Algumas áreas só são acessíveis por barco e alguns residentes foram evacuados devido ao receio de rompimento dos diques.

Foi descrito como “excepcional” pelo serviço meteorológico Météo-France, que afirmou que algumas partes da região de Pas-de-Calais receberam 80 a 100 mm de chuva, quase sete vezes o valor normal para novembro.

A ligação entre as alterações climáticas e os fenómenos meteorológicos extremos

As inundações no norte de França não são um incidente isolado, mas fazem parte de uma tendência global de fenómenos meteorológicos extremos mais frequentes e intensos devido às alterações climáticas.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), as emissões de gases com efeito de estufa induzidas pelo homem aumentaram a probabilidade e a gravidade de fortes precipitações e inundações em muitas regiões do mundo.

As alterações climáticas também afectaram o ciclo da água, que determina a quantidade de água armazenada na atmosfera, na terra e nos oceanos.

As temperaturas mais altas aumentam a evaporação da água da superfície, criando mais umidade no ar.

Isto pode levar a mais chuvas quando o ar esfria e condensa, especialmente em áreas onde a circulação atmosférica é favorável à formação de tempestades.

Além disso, as alterações climáticas podem alterar os padrões da corrente de jato, uma faixa de ventos rápidos que influencia o clima nas latitudes médias.

Uma corrente de jato mais fraca e ondulada pode fazer com que os sistemas meteorológicos parem ou se movam lentamente, resultando em chuvas prolongadas ou repetidas na mesma região.

Foi o que aconteceu no norte de França, onde um sistema de baixa pressão permaneceu estacionário durante vários dias, provocando chuvas e inundações contínuas.

Os desafios e oportunidades para prevenção e mitigação de inundações

As inundações no norte de França expuseram a vulnerabilidade da região aos impactos das alterações climáticas e a necessidade de medidas eficazes de prevenção e mitigação de inundações.

Estas medidas podem ser classificadas em três categorias: estruturais, não estruturais e baseadas na natureza.

As medidas estruturais referem-se a intervenções físicas que visam reduzir a exposição ou suscetibilidade das pessoas e bens aos riscos de inundação.

Estas medidas podem proporcionar um elevado nível de proteção, mas também podem ser dispendiosas, perturbadoras e prejudiciais para o ambiente.

Podem também criar uma falsa sensação de segurança, conduzindo a um maior desenvolvimento em zonas propensas a inundações e aumentando as perdas potenciais em caso de falha.

As medidas não estruturais referem-se a políticas, regulamentos e práticas que visam reduzir a exposição ou vulnerabilidade de pessoas e bens aos riscos de inundação.

Estas medidas podem ser mais flexíveis, adaptativas e económicas do que as medidas estruturais, mas também podem enfrentar barreiras políticas, sociais e institucionais.

Requerem a participação e a cooperação de múltiplas partes interessadas, tais como governos, comunidades, empresas e indivíduos.

As medidas baseadas na natureza referem-se a soluções que utilizam ecossistemas naturais ou seminaturais para proporcionar proteção contra inundações e outros benefícios.

Estas medidas podem aumentar a resiliência e a sustentabilidade do ambiente, ao mesmo tempo que proporcionam co-benefícios, como a biodiversidade, a qualidade da água, o sequestro de carbono e a recreação.

No entanto, também podem ter compromissos, como aquisição de terrenos, manutenção e incerteza.

A escolha e combinação destas medidas dependem do contexto local, da disponibilidade de recursos e das preferências das partes interessadas.

Não existe uma solução única para a prevenção e mitigação de cheias, mas sim uma necessidade de uma abordagem holística e integrada que considere as múltiplas dimensões e escalas do problema.

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Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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