Meio ambiente

Alarmes do Ártico: Descobrindo a verdade por trás da rápida perda de gelo

Santiago Ferreira

Pesquisas recentes destacam o impacto significativo da diminuição do gelo marinho do Ártico no padrão climático “Ártico Quente, Eurásia Fria”, com estudos mostrando efeitos variáveis ​​devido às condições atmosféricas. Projeções futuras indicam um aumento na formação de gelo no inverno do Ártico até meados do século, oferecendo insights sobre as mudanças climáticas em andamento. Gelo marinho na Baía de Disko, Groenlândia, 20 de março de 2023. Crédito: Lars Henrik Smedsrud

O Dr. Shengping He, da Universidade de Bergen, conduziu uma pesquisa que destaca como o gelo marinho do Ártico influencia as temperaturas de inverno no Leste Asiático.

Nas últimas décadas, o clima do Ártico passou por mudanças rápidas, com taxas de aquecimento excedendo a média global em três a quatro vezes. Este desconcertante fenômeno “Ártico Quente, Eurásia Fria” tem implicações significativas, levando à investigação científica sobre seus mecanismos subjacentes.

O gelo marinho do Ártico vem diminuindo rapidamente, diminuindo em cerca de 12,2% na extensão do verão por década nos últimos 40 anos. Estudos anteriores sugeriram que a diminuição do gelo marinho do Ártico desempenhou um papel fundamental na condução do modo climático “Ártico Quente, Eurásia Fria”. No entanto, limitações nas observações disponíveis levantaram questões sobre se a variabilidade atmosférica interna pode estar mascarando o verdadeiro impacto do gelo marinho reduzido.

Pesquisa sobre gelo marinho do Ártico e padrões climáticos

Dr. Shengping He, pesquisador sênior do Instituto Geofísico da Universidade de Bergen e autor correspondente do estudo publicado em Avanços nas Ciências Atmosféricas utilizou experimentos em larga escala para desembaraçar a influência da perda de gelo marinho do Ártico e da variabilidade atmosférica interna neste modo climático. Em colaboração com várias instituições internacionais, o estudo revelou que a diminuição do gelo marinho pode de fato desencadear um padrão de “Ártico Quente, Leste Asiático Frio”. No entanto, o efeito de resfriamento no Leste Asiático devido à redução do gelo marinho pode ser facilmente ofuscado pela variabilidade atmosférica, resultando em anomalias mais significativas de frio ou calor.

A equipe também investigou futuras mudanças no gelo marinho do Ártico, com foco no gelo de inverno recém-formado. À medida que o Ártico esquenta, o aumento de áreas oceânicas abertas no inverno permite mais gelo recém-formado. Esse gelo mais novo fornece informações críticas sobre as interações Ártico-ar-mar e conexões atmosféricas mais amplas no Hemisfério Norte. Suas descobertas indicam que o gelo recém-formado do inverno do Ártico deve continuar aumentando até meados do século sob vários cenários de emissões, estabilizando-se depois em cenários mais moderados, mas diminuindo sob emissões mais altas.

Esses novos estudos não apenas quantificaram o impacto direto do gelo marinho do Ártico nas temperaturas de inverno, mas também revelaram a tendência crescente de gelo recém-formado no Ártico no inverno. As descobertas oferecem insights cruciais sobre as mudanças climáticas na era do “novo Ártico”.

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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