Meio ambiente

Crocodilos assaltantes salvam cachorro de ataque selvagem na Índia, estudo sugere que répteis locais são mais inteligentes

Santiago Ferreira

Crocodilos assaltantes, também chamados de crocodilos do pântano, foram relatados salvando um cachorro que estava sendo perseguido por uma matilha selvagem na Índia, de acordo com um novo estudo liderado por cientistas na Índia.

A nova investigação sugere que os crocodilos locais que habitam o rio Savitri, em Maharashtra, na Índia, possuem uma inteligência superior, pelo menos em termos de emoções.

Embora o comportamento demonstrado pelos répteis seja bizarro, há um debate contínuo sobre a demonstração de empatia dos crocodilos.

O que são crocodilos assaltantes?

O crocodilo assaltante (Crocodylus palustris) pode ser encontrado na maior parte da Índia, exceto em algumas pequenas áreas do norte do país.

Os seus habitats naturais variam do leste até à Birmânia e do oeste até ao Irão. Ao sul, a presença do crocodilo do pântano também é registrada na ilha do Sri Lanka, de acordo com o Museu de Zoologia da Universidade de Michigan.

C. palustris são comumente encontrados em corpos de água doce, como lagos, rios, riachos e lagoas de aldeias. Além disso, as espécies de crocodilos podem viver em lagoas de água doce e costeiras de água salgada, bem como em reservatórios artificiais, acrescenta a universidade de Michigan.

Em geral, os crocodilos assaltantes prosperam em ambientes quase semelhantes aos crocodilos de água salgada (Crocodylus porosus), a maior espécie de crocodilo do mundo.

A empatia do crocodilo é possível?

Cientistas na Índia observaram o incidente envolvendo crocodilos assaltantes salvando um cachorro do ataque selvagem, propondo que os répteis selvagens são capazes de demonstrar inteligência relativamente emocional por meio da empatia.

No entanto, o ceticismo envolve esta afirmação, uma vez que é difícil perceber que os animais selvagens possam demonstrar empatia por outros organismos vivos, especialmente aqueles que não pertencem à sua própria espécie.

O incidente foi descrito por pesquisadores em um novo estudo publicado no Jornal de táxons ameaçados em 26 de agosto, onde os cientistas reconhecem o preconceito existente na cognição animal quando se trata de répteis, em comparação com mamíferos e aves. Os autores do relatório passaram anos estudando crocodilos do pântano em Maharashtra.

Em relação ao comportamento bizarro exibido por três crocodilos ao longo do rio Indiano, os cientistas disseram que os predadores de água doce “poderiam facilmente ter devorado” o canino, mas empurraram-no de volta para um local seguro. O estudo indica que o comportamento demonstrado pelos crocodilianos pode ser um sinal de empatia emocional.

Empatia Animal

Segundo especialistas da área de psicologia comportamental, empatia é a capacidade cognitiva de compreender, sentir ou decifrar as emoções ou pontos de vista dos outros.

No caso da empatia animal, os cientistas observaram no passado que algumas espécies animais, especialmente mamíferos, podem apresentar tal comportamento em relação a outros animais e até mesmo aos humanos.

Até Charles Darwin apontou que existe uma diferença significativa nas capacidades mentais entre os humanos e os mamíferos superiores, conforme citado pela Universidade de West Alabama (UWA).

Na investigação actual, as evidências apoiam a noção de que pelo menos alguns animais podem experimentar diferentes tipos de emoções, como medo, alegria, compaixão, vergonha, felicidade, raiva, respeito e outras, acrescenta a UWA.

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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