Animais

Cientistas revelam a impressão digital molecular das ostras pérolas

Santiago Ferreira

As ostras pérolas são um importante animal de aquicultura no Japão, pois produzem lindas pérolas que são procuradas para colares, anéis e brincos. Enquanto no início da década de 1990 esta indústria gerava mais de 88 mil milhões de ienes anualmente, nas últimas duas décadas, uma combinação de novas doenças e marés vermelhas fez com que a produção de pérolas do Japão caísse de cerca de 70.000 quilogramas por ano para apenas 20.000.

Agora, uma equipa de investigadores liderada pelo Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST) construiu um genoma de ostras perlíferas de alta qualidade, à escala cromossómica, que esperam poder ser usado para encontrar estirpes mais resistentes.

“É muito importante estabelecer o genoma”, disse os primeiros autores do estudo, Takeshi Takeuchi, especialista em Genômica Marinha da OIST. “Os genomas são o conjunto completo de genes de um organismo – muitos dos quais são essenciais para a sobrevivência. Com a sequência genética completa, podemos fazer muitos experimentos e responder perguntas sobre imunidade e como as pérolas se formam.”

Os cientistas descobriram que os genomas das ostras são compostos por 14 pares de cromossomos, com os dois pares de cada cromossomo carregando genes quase idênticos. No entanto, as análises também revelaram diferenças subtis entre os dois cromossomas de um par – par de cromossomas 9 – que se descobriu estarem relacionadas com processos imunitários. “Diferentes genes em um par de cromossomos são uma descoberta significativa porque as proteínas podem reconhecer diferentes tipos de doenças infecciosas”, explicou o Dr.

Quando animais como ostras perlíferas são cultivados, muitas vezes há linhagens que apresentam uma taxa de sobrevivência mais alta ou produzem pérolas mais bonitas. Os agricultores frequentemente criam dois animais com estas linhagens, levando à endogamia e reduzindo a diversidade genética. Se essa diversidade reduzida ocorrer nos cromossomos com genes responsáveis ​​pela imunidade, poderá impactar na resistência do animal aos patógenos. Assim, como concluiu o Dr. Takeuchi, é altamente importante manter a diversidade do genoma nas populações de aquicultura.

O estudo está publicado na revista Pesquisa de DNA.

Por Andrei Ionescu, Naturlink Funcionário escritor

Santiago Ferreira é o diretor do portal Naturlink e um ardente defensor do ambiente e da conservação da natureza. Com formação académica na área das Ciências Ambientais, Santiago tem dedicado a maior parte da sua carreira profissional à pesquisa e educação ambiental. O seu profundo conhecimento e paixão pelo ambiente levaram-no a assumir a liderança do Naturlink, onde tem sido fundamental na direção da equipa de especialistas, na seleção do conteúdo apresentado e na construção de pontes entre a comunidade online e o mundo natural.

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