Peniche, Mar e História

Leonor de Almeida (texto) e José Romão (fotos)
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No regresso a Peniche, na tal “carreira” ou numa traineira de pescadores, poderemos ainda apreciar uma outra componente da vida cultural da região. O artesanato mais importante será talvez a renda de bilros. Peniche é, de resto, considerada a capital desta arte. Existe mesmo uma escola especializada no ensino deste ofício. Utilizando uma almofada, onde se “plantam” inúmeros alfinetes e um pequeno fuso (o bilro), vai-se dando forma, delicada e rendilhada, a desenhos guardados durante anos de imaginação.

No fim de tantos passeios, novas experiências e algumas emoções, nada melhor do que passar uns momentos no agradável jardim público, que envolve o posto de turismo, na Rua Alexandre Herculano. E, já agora, não perca o pôr do sol no porto, onde as mulheres se reúnem na paciente tarefa de remendar as redes que os homens levarão no dia seguinte para o mar. No Verão, regressam por volta das nove da manhã; no Inverno um pouco mais tarde. E se a faina correu de feição, vale a pena assistir à descarga do peixe. Pode dizer-se que se trata de um verdadeiro espectáculo de som e de cor: aos “gritos” das gaivotas volteando sobre o futuro alimento, junta-se a reverberação da luz do sol nos pequenos peixes prateados, que irão fazer as delícias do visitante de Peniche.

Como ir?

De Lisboa, siga pela autoestrada A8 até Torres Vedras, onde apanha a EN 8.2 até à Lourinhã, depois a EN 247 até Atouguia da Baleia e, por fim, a EN 114 para Peniche. Vindo do Norte e Centro, siga até Leiria pela EN 1, tome a EN 8, passando pelas Caldas da Rainha e Óbidos, e a EN 114 para Peniche.

A visitar

Em Peniche, a Fortaleza, datada dos séculos XVI/XVII, que foi a principal defesa da cidade, a prisão de alta segurança, e onde actualmente se encontra instalado o Museu de Peniche.
Horário: das 10 às 24 horas

Museu Municipal
Horário: de 1 de Junho a 30 de Setembro das 10 às 12,30 e das 14 às 19 horas; no restante período das 10 às 12,30 e das 14,30 às 17,30 horas.

Atouguia da Baleia: antigo porto de mar, onde uma baleia teria dado à costa. No séc. XII foi doada por D. Afonso Henriques a dois cruzados, os irmãos Corni, por serviços prestados na conquista de Lisboa. Foi sede das Cortes em 1375 e, posteriormente, doada aos Ataídes, Condes de Atouguia, primeiros ganadeiros portugueses. Dessa época provém a Igreja de S. Leonardo, com portal romano-gótico e interior românico, onde se pode admirar uma belíssima pintura quinhentista de S. Leonardo. Pelourinho, Fonte gótica e vestígios do Touril.

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