A diversidade de estratégias de locomoção existentes no mundo natural é incomensurável. Ela é o resultado de milhões de anos de processos evolutivos, que originaram espantosas adaptações aos mais variados meios.
A maior parte dos seres vivos necessita de se deslocar, ou seja, mover a totalidade do corpo de um lugar para outro, pelo menos durante algumas fases do seu ciclo de vida. As razões são muito variadas, e podem estar relacionadas com a procura de um parceiro para a reprodução, de alimento ou de um território livre de competição para ocupar.
Até as plantas, através de diferentes mecanismos, dispersam as suas sementes e pólen e os fungos os seus esporos. Em todo o caso, para o conseguirem, estão dependentes da boleia do vento, de um rio, de uma abelha ou do pêlo de um mamífero.
Mas existem organismos que não podem estar dependentes destas deslocações aleatórias e que necessitam de se deslocar independentemente de outros factores, ou seja, necessitam de se deslocar de forma autónoma.
Apesar de serem inquestionavelmente os mestres na matéria, os animais não são os únicos seres vivos a possuírem a capacidade de locomoção. Algumas espécies de bactérias (organismos unicelulares pertencentes ao reino Monera), possuem flagelos ou pilos, que são organelos vocacionados para a deslocação em meios líquidos. Também entre os organismos unicelulares eucariontes, pertencentes ao reino Protista, encontram-se os Protozoários, que se subdividem em classes, justamente em função dos seus processos de locomoção. Uns possuem flagelos, outros pseudópodes ou cílios, e outros são desprovidos de organelos de locomoção. À semelhança das bactérias, os protozoários também só se deslocam em meios fluídos.