Melhoria do habitat de nidificação
Apesar desta espécie poder usar uma série de locais para edificar os seus ninhos, o mais vulgar é a espécie construí-los em arbustos, muitas vezes espinhosos. Estes arbustos espinhosos podem ser plantados, tanto de uma forma isolada, como em linha, sobre a forma de sebes. Alguns autores assinalam que até 45% da área do território deve ser ocupada com arbustos. O maneio do
habitat é muito importante, por forma a alcançar a estrutura e densidade ideais de arbustos, por exemplo, através da gestão adequada do pastoreio e dos cortes selectivos de vegetação. Alguns tipos de medidas de gestão, como sejam os cortes de vegetação e a realização de fogos controlados devem ser evitados na época de nidificação por forma, a não perturbarem este período, sempre crítico.
As medidas de gestão aqui propostas estão disponíveis numa extensa bibliografia e, embora se refiram a trabalhos e experiências exteriores a Portugal, tendo em conta as características deste grupo de aves, considera-se que poderão ser, na generalidade, aplicadas à população portuguesa de picanço-de-dorso-ruivo, podendo algumas delas, inclusive, ser adaptadas às outras duas espécies de picanços da nossa fauna.
Projecto AGRO - "Culturas para a Fauna em Montado: Demonstração dos seus efeitos na Gestão Cinegética e na Biodiversidade" - Candidatura nº 106
Bibliografia consultada:
LeFranc, N. (1997). Shrikes and the farmed landscape in France. In: Pain, D.J. & Pienkowski, M.W. (Eds.). Farming and Birds in Europe: The Common Agricultural Policy and its Implications for Bird Conservation: 236-268. Academic Press, San Diego.
LeFranc, N. & Worfolk, T. (1997). Shrikes. A guide to the shrikes of the world. Pica Press, Norfolk.
Van Nieuwenhuyse, D.; Nollet, F. & Evans, A. (1999). The ecology and conservation of the Red-backed Shrike Lanius collurio breeding in Europe. Aves 36: 179-192.