Dieta do rato de Cabrera no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

Mafalda Costa, Mª João Maia, Ricardo Pita, António Mira
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A informação existente sobre a ecologia deste pequeno roedor endémico e ameaçado é escassa, principalmente no que respeita ao seu regime alimentar. Afinal quais são as preferências alimentares do rato de Cabrera?

Introdução

O rato de Cabrera (Microtus cabrerae Thomas, 1906) é um endemismo Ibérico. Actualmente, conhece-se muito pouco acerca da bio-ecologia desta espécie, principalmente devido aos escassos estudos efectuados e por a distribuição dos núcleos populacionais ser muito restrita e fragmentada. No intuito de preencher a lacuna no que diz respeito à dieta deste roedor, foi realizado um estudo sobre os hábitos alimentares desta espécie de forma a perceber quais os itens alimentares que são consumidos pelo rato de Cabrera, e dentro dos consumidos, quais os preferidos ou preteridos no mês de Março no Sudoeste Alentejano.

 

Área de Estudo

A área de estudo (37º33´ N, 8º44´ W) encontra-se inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), numa área de aproximadamente 4000m2, localizada junto à Herdade de Casa Branca (N 393-1) a 3 Km da Zambujeira do Mar.

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina abrange uma extensa zona costeira, virada ao Oceano Atlântico, constituída por arribas alternadas com barrancos, praias, falésias, pequenas ilhas e rochedos, com linhas de água onde se incluem estuários, rios e ribeiros. Reconhecendo a enorme importância natural desta área e a urgência em salvaguardá-la, o governo Português criou em 1988 a Área de Paisagem Protegida do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (APPSACV) que em 1995 foi elevada à categoria de Parque Natural (Pais e Cangarato, 2001).

A vegetação da área de estudo é dominada por Gramíneas e Ciperáceas como o Carex sp., Corynephorus canescens, Holcus lanatus, Agrostis castellana, Briza maxima, Avena barbata, Phalaris sp., Bromus diandrus, Dactylis glomerata e Poa trivialis.

 

Metodologia

1. Disponibilidade da vegetação

A disponibilidade do coberto vegetal foi determinada utilizando o método de intersecção de pontos, utilizando um rectângulo de 0.5m X 1.0m, com linha de pesca colocada em intervalos de 10cm de modo a produzir uma grelha com 36 pontos de intersecção. Procedeu-se à instalação de um dispositivo experimental abrangendo toda a área da colónia em estudo, constituído por uma grelha de 32 desses rectângulos, colocados a intervalos de 10m. A cobertura de cada espécie vegetal foi estimada com base na proporção de contactos da espécie em relação ao número total de contactos de todas as espécies (Bullock 1996).

 

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