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Ficha do Sobreiro

Nuno Cruz António

Características, ecologia e utilizações de uma das mais importantes e emblemáticas espécies florestais da nossa flora, em termos ecológicos e económicos.

TAXONOMIA

O Sobreiro (Quercus suber) é uma angiospérmica dicotiledónea, também denominada folhosa. Pertence à ordem das Fagales, família das Fagáceas, género Quercus, sendo a espécie Quercus suber.


DESCRIÇÃO

Árvore de porte médio, com uma copa ampla, com uma altura média de 15 - 20 m. Pode atingir, em casos extremos, os 25 m de altura. O tronco tem uma casca espessa e suberosa, vulgarmente designada por cortiça. As folhas são persistentes, de cor verde-escura, brilhantes nas faces superiores e acinzentadas nas inferiores. Têm uma forma oval, com margem inteira ou ligeiramente serrada ou dentada; e têm indumento. O fruto do sobreiro é a glande, que tem uma forma oval-oblonga e um pedúnculo curto.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Sul da Europa e Norte de África.

Existe em todo o nosso país, espontaneamente, semeado ou plantado. Nos dois últimos casos forma povoamentos denominados montados, onde os sobreiros existem quase sempre em consociação com uma cultura agrícola ou uma pastagem.


CONDIÇÕES AMBIENTAIS

É chamada uma "árvore de sombra", é muito resistente ao ensombramento, crescendo melhor debaixo de árvores adultas. Prefere climas com amplitudes térmicas suaves, humidade atmosférica e insolação elevadas. Suporta bem todos os tipos de solos excepto os calcários.

PROPAGAÇÃO

Propaga-se por semente. As sementes perdem rapidamente a capacidade de germinar.


CURIOSIDADES

O sobreiro era chamado de suber pelos romanos, foi daí que veio a sua denominação científica em latim.

A cortiça proporciona ao sobreiro uma protecção contra o fogo, permitindo-lhe frequentemente sobreviver a incêndios que matam outras árvores.


UTILIZAÇÕES

As sua principal utilização é a produção de cortiça, o único produto do qual Portugal é o primeiro produtor mundial. Os frutos serviam de alimento para porcos denominados de montanheira. As folhas mais baixas ou deixadas no solo como resultado de podas ou desbastes, servem como complemento de alimentação para o gado nas épocas do ano em que o pasto escasseia.

A madeira é muito dura e compacta, difícil de trabalhar, tendo pouco valor para carpintaria e marcenaria. É num entanto um óptimo combustível para lume, sendo muito utilizada nas lareiras.

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