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Um ninho artificial

João Bugalho

Para as aves que nidificam em orifícios, há frequentemente escassez de locais para criar. Se colocar uma caixa-ninho num local sossegado, terá boas probabilidades de descobrir um dia uma família de chapins a esvoaçar no quintal.

 

Há muitas aves que gostam de construir o ninho em buracos, em troncos, muros, edifícios velhos, escarpas, etc., em geral longe do alcance dos predadores. Há habitats onde, no entanto, não abundam tais locais. Se proporcionarmos artificialmente as condições necessárias, aumentamos a possibilidade de podermos ter nesses habitats as aves das espécies referidas. São muitos os tipos de ninhos que podemos criar segundo a nossa imaginação que, desde que assegurem os requisitos exigidos pelos hóspedes que pretendemos, virão a ser ocupados mais cedo ou mais tarde. Hoje vamos dar-vos o exemplo de um ninho artificial feito apenas com algumas peças de madeira.

Procuremos uma ou várias peças de madeira (os restos de um caixote ou tábuas de uma palete podem servir desde que tenham cerca de 15 cm de largura), donde possamos serrar as peças de madeira com as dimensões e a forma que, aproximadamente se indicam:

Descubramos a maneira mais fácil de as ligar entre si. Podemos colá-las pelos topos ou, melhor ainda, utilizar pequenas ripas que se colam ou aparafusam, a ligá-las pelos cantos.

 

Na peça que vai servir de frente do ninho (D) deve ter-se aberto antecipadamente um buraco com cerca de 3 a 3,5 cm de diâmetro e aproximadamente na posição que se indica que servirá de entrada para o ninho.

 

Uma vez colados o fundo e as quatro paredes do ninho entre si, poder-se-á colar também a peça do telhado ou, se preferirmos, esta pode ser fixa com dobradiças. Deste modo, poderemos mais tarde inspeccionar o interior do ninho e, depois de os passarinhos lá nascidos o terem deixado, observar o seu interior vendo se todos os ovos eclodiram, se alguns estavam inférteis ou se poderão ter sido atacados por algum inimigo. Poder-se-á também limpar um pouco o ninho, libertando-o de eventuias parasitas.

 

Uma vez terminado, o ninho deverá ser colocado num local adequado. Para tal poderá ser fixo ao tronco de uma árvore ou pendurado de um ramo, de forma a que não balance demasiado e a uma altura compreendida entre os 2 e os 4 metros. Aves há que não gostam de nidificar muito longe do solo mas é aconselhável que a altura escolhida deixe o ninho fora das vistas e curiosidade humana e do alcance dos seus principais predadores. Cuidado com os cães e os gatos!

É raro que estes ninhos sejam frequentados imediatamente após a sua colocação. Há que dar tempo a que se sujem, adquiram uma côr mais próxima das do ambiente (estas características podem também ser aceleradas por nós, sujando o ninho com àgua enlameada, com tintas velhas - que não deitem cheiro - ou com mascarra) e para que as aves que frequentam a região se habituem à sua nova presença no local.

Algumas aves porém como os chapins e as carriças são pouco desconfiadas e instalar-se-ão em breve, caso não disponham no local de lugares naturais mais atraentes.

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