Sintra, o grande bosque

Texto e ilustração de Zulmira Oliva
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Sintra tem uma alma, se expressarmos por alma a componente imaterial de algo que se faz presença. As formas, que ao retratá-la lhe damos, não são mais que sugestão daquilo que a Serra é. Carta de amor a Sintra, escrita e desenhada por Zulmira Oliva.

 

O amor e a dor coexistem e raramente nos debruçamos para o objecto amado sem deixarmos de desejar preservá-lo. O empenho de que lhe não aconteça desvio ou ameaça torna-se cuidado. 
 
Sintra, a magnificente, transfere-nos a mediunidade do perene, de tal modo a imanência é corpórea e real.


Em Sintra, as penedias agrestes dulcificam-se no ar, as águas finais purificam o corpo e desmaterializam-se, predispondo o espírito para a transparência. Os verdes que a vestem são harmonias de seda que sensualizam a quietude. Ela é o benefício da imaginação tornada presença com o que de existência integral qualifica a natura.


Sintra tem como que uma alma, se expressarmos por alma a componente imaterial de algo que se faz presença. As formas, que ao retratá-la lhe damos, não são mais que sugestão próxima daquilo que a serra é.


Falar de nevoeiros, céu ou encostas é apontar meros percursos para a definirmos, pois o seu espaço raro é de timbre mais alto.

 

Torna-se injusto, pois, ficar na adjectivação da sentimentalidade frente aos fascínios paisagísticos ou monumentais.

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