Natureza e Design

Maria Júdice Borralho
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Que diferença há entre estas peças concebidas por designers – cadeiras, mesas, estantes, etc. e as que recheiam a maior parte das nossas casas? Ou melhor, o que é o design? Cristina Morozzi, escritora e crítica nesta área, quanto tenta encontrar um significado para a palavra, chega a uma conclusão: “visto que não existe uma definição oficial, cada um pode aplicar a sua”. Em seguida apresenta algumas: “tentativa de projectar uma relação possível entre a indústria e sociedade” (sottsass), “o design trata de tornar belos os objectos do quotidiano” (Settimana Egnimistica), “morcego, meio rato e meio pássaro” (Klaus Koenig).

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Como todas as actividades humanas, das mais importantes às mais triviais, brotaram da mente do Homem com um propósito, ocorre perguntar: Onde vai o design buscar a inspiração? Que ideais o movem? As fontes inspiradoras e os seus desígnios, serão múltiplos mas torna-se claro que a NATUREZA e talvez ideais ecológicos, estão na origem de muitos. A cadeira de braços ELEFANTE, a mesa e cadeiras TULIPA, a cadeira de braços ROSA, o sofá PÔR-DO-SOL EM NOVA YORK e a espreguiçadeira de baloiço BIRD (pássaro) expostas no MUSEU DO DESIGN DE LISBOA, confirmam-no.

Esta última, pelas suas características, merece um tratamento particular.

Rudolf Arnheim, no livro PARA UMA PSICOLOGIA DA ARTE, tenta provar que um objecto concebido com uma finalidade prática pode fazer parte do Universo artístico, pela via da sua expressão visual. Não é relevante para esta reflexão concluir que a cadeira PÁSSARO é uma obra de arte, ou não é uma obra de arte. Importa antes descobrir-lhe a expressão.

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