Olhos de Poeta

Maria Júdice Borralho
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Blocos habitacionais, fios eléctricos, canos, esgotos, lixos, transformam a paisagem e tornaram-na muito estranha. Longe vai o tempo em que o sagrado se colava à NATUREZA, que “saída da mão dos deuses” impressionava pelo aspecto, variedade dos fenómenos e incapacidade de os entender. Se porém os comportamentos assumidos pelos homens das sociedades primitivas e arcaicas desapareceram com a História, hoje, ainda encontramos nos poetas antigos valores, reminiscências de experiências passadas.

Fernando Pessoa é um exemplo bem significativo.


Fotografias de José Romão

Amar, ver, ouvir, comover, são palavras que o seu heterónimo Alberto Caeiro dispõe para exprimir a intimidade existente entre ele e o mundo natural.

Aprecie-se:

“Aquela Senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza”

Mas saberá o poeta porque ama a NATUREZA?

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