Olhos de Poeta

Maria Júdice Borralho
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Olhar a Natureza com olhos de poeta, é lembrar sensibilidades, respeito e admiração que frequentemente esquecemos. Escutar o vento e beber das fontes como o poeta o faz, pode ser bem mais do que um exercício estético.

Multiplicam-se os balanços do século e do milénio. A economia, a demografia, o desenvolvimento e a ecologia converteram-se em problemas que dizem respeito a todos os espaços. Ora sendo o planeta TERRA a nossa casa comum, o nosso “habitat”, é natural que muitas das atenções se concentrem nela.

Assim, escreve-se sobre a relação da socidade humana com a NATUREZA, num ritmo proporcional ao desencanto sempre crescente, provocado pela degradação do ambiente. Mas esse “desencanto” obriga a esforços concertados e à descoberta de novos possíveis.

Edgar Morin afirma que quando olhamos o estado do planeta “verificamos perigos mortais para o conjunto da humanidade (armas nucleares, ameaças à biosfera) e ao mesmo tempo probabilidades de salvar a humanidade do perigo a partir da própria consciência do perigo”.


Fotografias de José Romão

Residirá nesta convergência de destinos a responsabilidade telúrica do HOMEM ?

Trata-se de construir uma consciência ambiental mais sentida, concreta e inovadora e, se muito já foi pensado, ainda não se deu o devido relevo ao valor de mensagens provenientes de certos universos, humanismo, estética e religião, entre outros.

A poesia, neste contexto ocupa um lugar privilegiado. Baudelaire gostaria de ter convencido os seus contemporâneos que a poesia é tão importante como o pão. Não indo tão longe, é lícito, porém, colocar a questão: se a sociedade humana achasse a NATUREZA com OLHOS DE POETA, a convivência entre essa e outra não seria mais sadia?

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