Ficha da Rã-de-focinho-pontiagudo

Mário Ferreira
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A Rã-de-focinho-pontiagudo é a na verdade um sapo de tamanho médio, endémica do Oeste da Península Ibérica, que suscita algumas preocupações de conservação devido à sua distribuição restrita.

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

A Rã-de-focinho-pontiagudo (Discoglossus galganoi) é um anuro (anfíbio sem cauda) de tamanho médio (entre 4,5 cm e 7 cm de comprimento), mais parecido com uma rã que com um sapo. Com a cabeça larga e o focinho pontiagudo, a mandíbula sobressai relativamente à maxila. Possui olhos proeminentes com uma íris arredondada ou em forma de coração, a íris é dourada em cima e escura na parte de baixo. O tímpano não é facilmente perceptível a olho nu, podendo passar muitas vezes por ausente. Patas anteriores robustas com 4 dedos. Os membros posteriores maiores e adaptadas ao salto com 5 dedos e membranas interdigitais, o “tornozelo” não passa para a frente do focinho quando esticada.

Possui duas pregas cutâneas que se estendem mais ou menos ininterruptamente de trás dos olhos até à região inguinal. A coloração é muito variável, como todos os anfíbios, podendo a mesma população ter indivíduos castanhos, castanhos-amarelados, rosados, esverdeados ou quase negros. Quase todos apresentam um desenho escuro, em forma de ‘X’ ou ‘H’, por detrás dos olhos. Existem animais com uma coloração quase lisa, mas geralmente o Discoglossus galganoi apresenta manchas de tonalidades creme ou castanhas distribuídas aleatoriamente sobre o dorso. É frequente também aparecem indivíduos com três bandas longitudinais: uma central mais larga e clara e duas laterais. O ventre é branco ou amarelado e pode apresentar manchas.

No período de reprodução, os machos apresentam eventualmente papilas negras na parte de baixo das maxilas, que se podem se estender para os membros posteriores e mesmo à parte de dentro dos primeiros dedos.

A larva é do tipo III, com espiráculo ventral e central e com partes da boca queretenizadas, entre os 25 e os 40 mm.

De inicio a larva é muito escura mas vai se tornando progressivamente mais clara. A crista dorsal é baixa. A membrana caudal não tem pontos ou manchas contrastantes mas apresenta uma fina trama visível à transparência e termina de forma arredondada.


DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

Espécie endémica do Oeste da Península Ibérica, ocorre em quase todo o País em núcleos fragmentados. A distribuição nacional corresponde a cerca de 25% da sua distribuição mundial. Não existem estimativas de densidade populacional para Portugal, mas admite-se que o número de indivíduos maduros ultrapasse os 10000.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

É a única espécie de Anuro com estatuto de ameaçado no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal sendo classificado como QUASE AMEAÇADO (NT) devido ao facto de ter uma distribuição restrita, entre os 1400 e os 2800km2, e de se suspeitar que apresenta populações fragmentadas em declínio na área de distribuição, na quantidade e qualidade do habitat e no número de adultos. No entanto em Espanha e a nível Europeu a espécie é classificada como POUCO PREOCUPANTE (LC).


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