Panamá: Biólogos recolhem anfíbios para os proteger da extinção

Isabel Palma (10-04-12)
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As rãs desempenham um papel fundamental nos ecossistemas onde estão inseridas e algumas produzem químicos que curam doenças nos humanos. Mas um fungo está a ameaçar a sua sobrevivência em quase todo o mundo pelo que uma equipa de cientistas está a realizar uma operação de resgate.

As rãs estão em declínio. Nos últimos anos os cientistas documentaram uma diminuição de 80% das suas populações nalgumas áreas do globo. A perda de habitat, as alterações climáticas, a poluição e também um fungo, que provoca uma doença denominada quitridiomicose, estão a provocar o seu desaparecimento.

Este fungo que se pensa ter tido origem em África, está a espalhar-se pelo planeta. Nalgumas zonas da América Central o fungo está a mover-se cerca de 32 quilómetros por ano.

Por este motivo uma equipa de biólogos do Smithsonian National Zoo, em Washington DC, está a recolher exemplares de várias espécies de rãs e outros anfíbios no Panamá antes da chegada do fungo à região. Os anfíbios recolhidos são transportados para ambientes protegidos como o Summit Zoo, em Gamboa, no Panamá. Neste zoo, vários contentores de navios foram convertidos em habitats, onde os anfíbios podem viver em cativeiro, longe da doença. Alguns destes locais albergam os últimos exemplares de algumas espécies. 

“Chamamos-lhe arcas”, refere Angie Estrada, “arcas de anfíbios, porque basicamente estamos a manter estas rãs vivas para as gerações futuras.” Este é um esforço desesperado para manter tantas espécies quanto possível longe da doença que se alastra.

“Quando o fungo começa a matar as rãs, mata-as depressa”, explicou Edgardo Griffith, que gere outro projeto de conservação no Panamá ocidental. O fungo varreu essa área há vários anos atrás. “Quando o fungo chegou aqui, não tínhamos instalações para os proteger. Tivemos que os colocar em quartos de hotel.”

 As espécies que estão agora em abrigos no Panamá não podem voltar a ser colocadas no meio ambiente sem que haja uma solução para este fungo.

Nos Estados Unidos, o investigador Reid Harris of James, da  Madison University, ao estudar a salamandra verificou algo curioso. As fêmeas contorcem-se nos seus ovos periodicamente. Se abandonam o ninho, o fungo aparece, a não há sobrevivência dos descendentes.”

Este investigador deduziu que as bactérias na pele das salamandras estavam a agir como proteção contra os fungos. Estão a ser realizados esforços para desenvolver esta investigação e pesquisar por bactérias que possam proteger os anfíbios no seu ambiente natural. Contudo, não há perspetivas de uma cura imediata que coloque os anfíbios fora de perigo nos próximos tempos.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fonte:

Leituras adicionais:

Estudo: Distribuição geográfica das ameaças compromete o futuro da diversidade de anfíbios

Estudo: O fungo cítrico responsável pela extinção de dezenas de populações de anfíbios foi propagado pelo comércio de animais

Descoberta nova espécie de rã em Nova Iorque

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Documentos recomendados:

Riding the Wave: Reconciling the Roles of Disease and Climate Change in Amphibian Declines

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