Sequenciado pela primeira vez o genoma de uma rã

Filipa Alves (03-05-10)
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Cerca de 1700 dos genes relacionados com doenças genéticas são comuns à Xenopus tropicalis e aos humanos, pelo que a descodificação do genoma desta rã pode ser um passo muito importante na investigação científica sobre essas doenças, para além de poder fornecer pistas sobre o declínio dos anfíbios.

Como resultado dos esforços de mais de uma dezena de unidades de investigação em todo o mundo há uma mais uma espécie cujo genoma já foi sequenciado – a Xenopus tropicalis.

A X. tropicalis é congénere da rã-de-unhas-negras, Xenopus laevis, espécie frequentemente usada como modelo em estudos de biologia do desenvolvimento e celular, mas o seu genoma tem uma estrutura mais simples.

Com efeito, ao contrário dos 18 pares de cromossomas que integram quatro cópias de cada gene que a rã de unhas negras africana possui, a X. tropicalis apenas apresenta 10 pares de cromossomas com 2 cópias de cada gene, pelo que o seu estudo é menos complexo.

Dada a sua origem evolutiva comum há cerca de 360 milhões de anos os genomas da rã e do Homem apresentam semelhanças importantes. Com efeito, para além da forma como os cromossomas se agrupam ser idêntica em 90% os humanos os humanos e esta rã partilham 1700 dos genes envolvidos em doenças genéticas como o cancro, a doença de Alzheimer, a esclerose múltipla, a artrite reumatóide, a asma e várias doenças cardíacas.

Deste modo, a sequenciação do genoma da X. tropicalis pode muito útil para a investigação científica sobre estas doenças genéticas – a identificação das situações em que os genes comuns às rãs e aos humanos são activados seria um passo importante na luta contra estas doenças.

Por outro lado, a descodificação do genoma deste anfíbio pode ser importante para compreender o que está por detrás do declínio dos anfíbios, segundo explica Uffe Helsten que participou no estudo. Com efeito, os anfíbios são muito sensíveis à presença de produtos químicos que interferem com o seu sistema hormonal e o conhecimento do genoma desta espécie permitirá estudar como actuam essas substâncias.

Os resultados da sequenciação do genoma da X. tropicalis foram publicados num número recente da revista Science.

Fontes: www.elmundo.es e dn.sapo.pt

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