Lançada nova iniciativa a nível internacional para salvar os Anfíbios da Extinção

Filipa Alves (27-08-09)
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Conservacionistas de várias organizações criaram a Aliança pela Sobrevivência dos Anfíbios, uma plataforma que reúne vários projectos e que pretende melhorar a coordenação dos esforços para promover a conservação deste grupo tão ameaçado de extinção.

 

Actualmente, 1/3 das espécies de anfíbios apresentam risco de extinção, o que faz com que este grupo esteja mais ameaçado que as aves, os mamíferos, os répteis e os peixes. As principais ameaças são a destruição de habitat e a infecção fúngica quitridiomicose. No entanto, outros factores contribuem para o agravamento do risco de extinção incluindo a captura de indivíduos com fins alimentares, para fabrico de medicamentos e para o comércio de animais domésticos; a poluição química; as Alterações Climáticas; as espécies introduzidas e várias doenças infecciosas.

Em 2006 tinha sido proposta a associação de várias organizações implicadas na luta pela conservação dos anfíbios, mas na altura não surgiram os necessários apoios financeiro e institucional, que se materializaram recentemente no encontro da Zoological Society of London.

Foi assim oficialmente criada a Aliança pela Sobrevivência dos Anfíbios, que reúne organizações com projectos de conservação deste grupo taxonómico de forma a potenciar os resultados da investigação e de procura de financiamento.

No encontro de dois dias das ZSL foram definidas as duas linhas de acção futuras que em que a Aliança vai investir, que correspondem às duas principais ameaças à sobrevivência dos Anfíbios -  a destruição de habitat e as doenças infecciosas, nomeadamente a quitridiomicose.

Na reunião da passada semana ficou estabelecido que a investigação para encontrar tratamento para o fungo da quitridiomicose deve ser uma prioridade. Este fungo foi identificado há 10 anos e hoje afecta anfíbios nos 5 continentes onde estão presentes. Actualmente a investigação nesta área procura compreender como o fungo teve origem e como ataca mortalmente, mas em termos práticos o mais importante é saber como deter esta ameaça “no campo” e não “no laboratório”. Projectos investigação passados sugeriram que algumas espécies de anfíbios transportam químicos na sua pele, produzidos por uma bactéria, que actuam como uma defesa natural, por isso uma linha de acção possível é a utilização dessas substâncias para proteger espécies de anfíbios que não as possuem. Outras abordagens que serão estudadas implicam o uso de medicamentos anti-fúngicos, a exploração da resistência em populações em cativeiro e as translocações. Por outro lado, é essencial impedir a propagação da quitridiomicose a áreas não afectadas, como é o caso de Madagáscar.

Também há que deter a destruição de habitat, a outra grande ameaça à sobrevivência dos anfíbios e que se apresenta como um desafio maior. Embora seja um problema global, a situação é mais crítica na Ásia, onde se assiste à expansão das cidades, das indústrias e das infrastruturas.
Segundo Claude Gascon, do Amphibian Specialist Group, órgão da UICN que reúne especialistas em anfíbios, “Uma das razões por que os anfíbios se encontram nesta situação-limite está relacionada com o facto de muitas espécies se encontrarem apenas em determinadas zonas, sendo portanto, muito mais susceptíveis à perda de habitat”.

A nova Aliança colaborará com os parceiros para implementar o Plano de Acção para a Conservação dos Anfíbios e para chamar a atenção da sociedade para a causa da conservação deste grupo taxonómico em 2010, Ano Internacional da Biodiversidade.

Fontes: BBC News, IUCN

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