A crescente consciencialização ambiental da população colocou as incineradoras novamente na mira. Contudo, com o aumento da produção de resíduos, a falta de espaços para a deposição e o síndrome NIMBY (“Not in my backyard”) o problema dos resíduos agravou-se e a incineração sofre nova transformação passando a ser considerada uma forma de valorização energética (“waste-to-energy”).
A partir deste período os governos passaram a investir mais na gestão de resíduos para alcançarem soluções mais eficazes para o problema. A reciclagem como opção técnica da gestão de resíduos urbanos teve início nos finais da década de 60, nos Estados Unidos e no centro e norte da Europa. Nesta altura, vários municípios iniciaram programas e campanhas de recolha selectiva de determinados resíduos. Foram desenvolvidos vários esquemas de recolha selectiva porta-a-porta, sistemas colectivos e sistemas centralizados.
Em 1970, Gary Anderson desenvolveu nos Estados Unidos o símbolo da reciclagem atualmente reconhecido em todo o mundo.
Nos últimos anos, as grandes inovações científicas e tecnológicas no campo da gestão de resíduos possibilitaram a criação de novas empresas e mercados de produtos e serviços.
A complexidade da gestão de resíduos não está apenas associada à grande quantidade de resíduos produzidos actualmente mas também à sua diversidade. A diversificação dos produtos oferecidos aos cidadãos traduziu-se na produção de resíduos com características distintas tanto a nível dos materiais como da sua toxicidade. A matéria orgânica que representava a maior componente dos resíduos urbanos passou a ser substituída por embalagens, papel e cartão.
O aumento da taxa de produção dos resíduos e a evolução das políticas de ambiente tornaram inaceitável a simples deposição dos resíduos em lixeiras a céu aberto sem qualquer tipo de tratamento ou controlo.
Surgiram assim os sistemas de gestão de resíduos que englobam operações de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos às quais estão associadas diferentes infraestruturas.
Contudo, tal como as primeiras comunidades sedentárias sentiram dificuldades em adaptar-se ao novo estilo de vida, também agora as nossas políticas de gestão de resíduos que preveem diferentes esquemas de reciclagem implicam ajustamentos de comportamento dos cidadãos que não ocorrem imediatamente. É importante informar a população sobre as alternativas de eliminação de resíduos que têm à sua disposição para que a história continue a evoluir.
Bibliografia:
Rathje, W.; Murphy, C. (1992) - Rubbish! The Archaeology of Garbage, Harper Collins Publishers, New York.
Ruiz, J. (1993). Recycling Overview and Growth. In Lund, H. F. (ed.), The McGRAW-HILL Recycling Handbook. McGraw-Hill. Inc.