A história dos resíduos

Isabel Palma
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O aumento das hipóteses do governo em matéria de gestão de resíduos levou ao aparecimento de abordagens mais sistemáticas como a incineração. Em Inglaterra, o primeiro “crematório” surgiu em 1874, em Nottingham e, nos Estados Unidos, a primeira incineradora municipal americana foi construído em 1885 na ilha do governador, em Nova Iorque. Por volta de 1914, existiam nos Estados Unidos e Canadá cerca de 300 incineradoras. Contudo, a maioria rapidamente desapareceu devido aos custos e poluição associados. 

Nesta fase surgiram as tecnologias de redução/reciclagem. A redução, técnica baseada na indústria baleeira, consistia na cozedura dos resíduos orgânicos e animais mortos para produção de gorduras utilizadas na fabricação de sebo, cosméticos e outros produtos, alguns dos quais utilizados como adubo. A poluição dos cursos de água e o cheiro nauseabundo levaram ao encerramento de muitas destas instalações, após várias décadas em funcionamento.

Os primeiros aterros sanitários foram desenvolvidos em 1920. Eram construídos em terras secas e os resíduos depositados em células tapados periodicamente com terra. As lixeiras a céu aberto ainda permanecem nos dias de hoje, na maior parte dos países do terceiro mundo. No Egipto os indivíduos que transportam e reaproveitam o lixo são conhecidos como zabaline e no México como penenadores. Estes grupos são sindicalizados e poderosos. Apesar desta prática não ser compatível com os padrões sociais desejáveis, representam um dos sistemas de reciclagem e recuperação de materiais mais minuciosos e bem-sucedidos do mundo, rival de qualquer esquema de reciclagem montado nos países ocidentais. 

A incineração regressou e manteve-se até aos anos 50 e 60 do século passado até ser associada a problemas respiratórios dos cidadãos e pelo seu impacte na paisagem. Com a crise energética, as incineradoras reconverteram-se e passaram a ser designados como “resource-recovery facilities”.  

Apesar das maiores preocupações com os resíduos estar associada à saúde pública também os seus impactes ambientais começaram a ser considerados. Uma expansão rápida da compreensão dos impactes a longo termo da poluição dos solos e da água e o conceito de escassez de recursos naturais levaram a uma maior regulação da prática de eliminação dos resíduos. A incapacidade dos governos locais lidarem com estes grandes problemas da sociedade levou a um interesse dos governos centrais e a necessidade de atribuição de responsabilidades.

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