A Intervenção Humana na Preservação das Espécies

Bruno Pinto
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Dada a quase omnipresente presença humana no planeta, a conservação da Natureza está, cada vez mais, dependente da intervenção directa do Homem, na forma de acções de preservação ambiental de diversos tipos que é importante conhecer.

A necessidade de gestão de habitats e espécies advém do facto de algumas áreas degradadas já não serem capazes de manter a diversidade biológica que possuem por processos naturais. Em áreas quase intocadas como a maior parte da Antárctica, não há razão para interferir com estes processos e por isso os biólogos apenas têm de garantir que estas se mantêm bem conservadas. No entanto, a maioria dos ecossistemas foram tão alterados, que a sobrevivência de algumas espécies depende da intervenção Humana. Este texto foca alguns dos casos em que se justifica esta intervenção e de que forma contribui para a conservação de espécies.

Um dos motivos mais comuns para a gestão de determinado habitat é que certas espécies são dependentes de vegetação que precisa de ser mantida pela intervenção Humana. Por exemplo, o Coelho-bravo precisa de áreas fechadas de matagal mediterrânico que usa como protecção contra predadores, intercaladas com áreas abertas de gramíneas de que se alimenta. Estas áreas abertas eram anteriormente mantidas pela acção de fogos naturais e por herbívoros silvestres como o veado, o corço e mesmo o coelho-bravo, que agora estão ausentes ou existem em baixas densidades. Na ausência destes factores naturais que contribuem para a abertura do matagal mediterrânico, é necessário fazer uma gestão de habitat para as criar artificialmente.

Quando uma população se encontra em risco de extinção, pode ser necessário acrescentar indivíduos de outra população para recuperá-la. No entanto, existem situações em que não é possível conservar uma espécie em estado selvagem. Por exemplo, a conservação do toirão-das-patas-negras nos EUA dependeu da reprodução em cativeiro dos últimos 18 indivíduos que existiam em estado selvagem. Estes animais foram postos em cativeiro por forma a evitar as doenças que dizimaram as populações selvagens e também para garantir que os seus descendentes não tivessem elevados níveis de consanguinidade.

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