Uso Eficiente da Água - Reutilização de Águas Residuais Urbanas

Rita Teixeira d’Azevedo
Imprimir
Texto A A A

O interesse pela reutilização de águas residuais tratadas tem crescido em Portugal, prevendo-se que cada vez mais se afirme como uma componente estratégica de uma política de gestão integrada dos recursos hídricos do país. Presentemente, são conhecidos alguns casos de reutilização para rega agrícola e é muito vivo o interesse pela aplicação na rega de campos de golfe.

ENQUADRAMENTO GERAL

A reutilização de águas residuais é uma prática muito antiga, que remonta à civilização micénica. Durante séculos, a rega na agricultura constituiu a aplicação exclusiva da reutilização de águas residuais. Mesmo na actualidade, a rega agrícola é a aplicação que maior volume de águas residuais tratadas utiliza, tantos nos países de agricultura mais desenvolvida, como nos países em desenvolvimento.

Durante muitos séculos as águas residuais foram reutilizadas sem tratamento, com desconhecimento das consequências sobre a saúde pública e o Ambiente. No século XX, principalmente na segunda metade do século, a reutilização para rega foi sendo praticada cada vez mais com águas residuais tratadas. Actualmente, é inadmissível a prática de qualquer tipo de reutilização com águas residuais não tratadas, sendo o tratamento secundário geralmente reconhecido como o nível mínimo de tratamento prévio à reutilização.

Além da rega agrícola, outras aplicações são praticadas, por ordem decrescente do volume de águas residuais tratadas utilizado: uso interno (na Estação de Tratamento de Águas Residuais - ETAR), rega agrícola, rega paisagística, reutilização industrial, recarga de aquíferos, usos recreativos e ambientais, usos urbanos não potáveis, água potável.

APROVEITAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS TRATADAS

O recurso ao aproveitamento de águas residuais tratadas é praticado preferencialmente para utilizações que registam maior procura de água em termos quantitativos e que requeiram água com características de qualidade compatíveis com a qualidade dos efluentes das ETAR’s, para evitar a necessidade de afinação desses efluentes por meio de tratamento complementar.

A disponibilidade de águas residuais tratadas em Portugal em volume e com características compatíveis com a sua reutilização é uma realidade ainda com poucos anos. Tal não impediu porém, que a rega clandestina com águas residuais não tratadas, desviadas dos colectores, tenha sido praticada desde há algumas décadas, embora a uma escala pouco significativa.

Comentários

Newsletter