De onde viemos?

Cristina Pereira
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A Teoria da Eva Negra

Na década de 80, pesquisadores da Universidade de Berkeley acreditaram ter descoberto o antepassado comum ao homem moderno. Os estudos tiveram por base o ADNmt, devido à ausência de recombinação genética neste material. Conhecida a sua taxa de mutação, ele poderia funcionar como um “relógio molecular”, que permitiria datar os acontecimentos. Quanto mais perto no tempo, menores seriam as diferenças nas sequências do ADN entre os indivíduos, e as distâncias genéticas encontradas entre os vários hominídeos não seriam mais do que o reflexo das suas localizações geográficas. Assim, acreditaram ter encontrado a mulher (porque o ADNmt só é transmitido por via materna) que em África teria dado origem ao homem actual Homo sapiens sapiens.

A análise do cromossoma Y feita posteriormente por investigadores norte-americanos confirmou esta teoria, mostrando também que este cromossoma podia ser utilizado para traçar a origem do homem moderno. Os estudos incidiram em 100 homens de diferentes áreas geográficas. Foram usados marcadores genéticos, que permitem determinar com precisão a localização dos genes nos cromossomas e assim determinar os genes que sofreram mutações.

Estudos feitos na Suiça com ADNmt apontam também no sentido do homem moderno ter saído de África há mais de 50 mil anos. A análise do ADNmt de 53 indivíduos de diferentes regiões e etnias mostrou que, mais uma vez, a raiz da árvore genealógica do homem moderno se situa em África, há 120 mil a 220 mil anos atrás.

Esta teoria foi recentemente corroborada por pesquisas chinesas. Após o estudo dos marcadores de ADN em 28 grupos étnicos chineses, as diferenças genéticas foram muito pequenas, o que pode mostrar que estes grupos tiveram pouco tempo para divergir uns dos outros.

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