A melhor bússola do Mundo

Alexandre Vaz
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Os dados que se obtiveram com toda a investigação levada a cabo nas últimas décadas ajudaram a compreender os mecanismos de navegação das aves, mas efectivamente o que elas fazem vai muito mais além. Vejamos o caso de uma Pardela que, nos anos cinquenta, foi deslocada da sua toca numa ilha ao largo do País de Gales para ser libertada a quase 5000 quilómetros do outro lado do Atlântico, perto de Boston. Em apenas 12 dias regressou para a sua toca, tendo inclusivamente chegado antes da carta que os investigadores tinham enviado para o Reino Unido a avisar da libertação da dita ave. Para fazer este percurso foi necessário, para além de conhecer o local do seu ninho e a orientação dos pontos cardeais, conhecer a localização exacta do ponto de partida.

O mecanismo pelo qual algumas espécies de aves conseguem localizar com exactidão o ponto do globo em que se encontram, mesmo que nunca lá tenham estado, permanece ainda obscuro. Apesar do rigor e precisão da capacidade de localização e navegação de algumas aves, dos biliões que anualmente migram algumas acabam por se perder. Todos os anos, por exemplo, a Europa é visitada por migradores Neárticos que se afastam das suas rotas no continente americano. Mesmo assim, destas a maioria são aves juvenis ou imaturas e por isso menos experientes.

A dificuldade do Homem em apreender conceitos que não podem ser experimentados pelos seus 5 sentidos lança um enorme desafio aos investigadores, que incessantemente procuram respostas para este enigma.

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