A melhor bússola do Mundo

Alexandre Vaz
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Orientação é uma palavra-chave para todos os viajantes, mas neste domínio quem mais impressiona são as aves. Capazes de percorrer milhares de quilómetros de forma orientada, têm suscitado muitas questões ainda por responder.

As aves reúnem indubitavelmente um conjunto de características que têm desde sempre cativado a imaginação dos Homens. Destas características destacam-se duas: a mestria do voo e a capacidade de orientação. A conjunção destas duas permite às aves efectuarem longas migrações anuais, regressando ano após ano ao mesmo local. Mesmo muito antes de se conhecerem os mecanismos de orientação das aves, já os Homens tiravam partido desta capacidade. A utilização de pombos correios para transmissão de mensagens era já uma prática corrente na Roma antiga.

Esta capacidade de orientação tão fina não é, no entanto, exclusiva das aves. Também alguns peixes conseguem após vários anos no mar, regressar ao exacto regato onde nasceram. Por sua vez, os Homens desde cedo encontraram na orientação um desafio fundamental, quando das suas viagens por terra ou mar. Alguns povos, bastante virados para a vida no mar, como os Vikings, ou os Maori do Pacífico Sul, desenvolveram um conhecimento bastante apurado dos astros celestes que lhes permitia navegar com alguma segurança sem terra à vista. Os povos nómadas do deserto associaram ainda a este conhecimento um mapa mental riquíssimo da paisagem em constante mudança que os rodeava. Mais tarde, durante os Descobrimentos e para fazer frente ás dificuldades de viagens de maior dimensão, os Homens desenvolveram e aperfeiçoaram instrumentos de navegação, como a bússola, o sextante ou o astrolábio, sendo este último inventado por Portugueses. Com a ajuda destes instrumentos foram-se aperfeiçoando mapas, mas mesmo assim os erros de navegação eram frequentes. Cristovão Colombo acabou por morrer convencido que encontrara efectivamente o caminho marítimo para a Índia, quando afinal tinha chegado às Caraíbas.

 

Desde esta época até aos nossos dias, os sistemas de navegação evoluíram muito. Actualmente, existem sistemas de posicionamento global por satélite (GPS) cujo rigor é quase absoluto. O desenvolvimento destas tecnologias é o produto de uma longa caminhada e não deixa de ser irónico que mesmo assim a fiabilidade destes dispositivos seja por vezes inferior às capacidades naturais de outros animais, que ao longo de milhões de anos têm cruzado os céus e oceanos do planeta.

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