Os Fungos: a sua vida e como influenciam a nossa...

Joana Henriques
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Os fungos são organismos extraordinários que a ciência colocou num reino próprio (Reino Fungi), possuindo uma enorme capacidade de adaptação e colonização dos mais diversos meios. Para o bem e para o mal, os fungos estão para ficar!...

No dia-a-dia convivemos com numerosos fungos ou com seus produtos e nem damos conta! Os vinhos, queijos, podridões dos frutos ou a doença vulgarmente chamada "pé-de-atleta" parecem, à primeira vista, ter pouco em comum, contudo todos resultam da actividade de fungos. Os fungos estão presentes em quase todos os nichos ecológicos, são um grupo muito diversificado e numeroso (figura 1). Estão descritas cerca de 69000 espécies de fungos embora estejam estimadas 1500000 espécies diferentes por todo o mundo!

O maior fungo conhecido, talvez também o maior e mais velho organismo vivo, é Armillaria ostoyae. Um exemplar descoberto no ano 2000, na Floresta Nacional de Malheur (Oregon, Estados Unidos), ocupa uma área subterrânea de 900 hectares. Este fungo vive enterrado e só se torna visível com as chuvas de Outono. Nessa época, surge à superfície na forma de cogumelos, junto a árvores que o fungo ataca e mata.


Figura 1- Diversos aspectos que os fungos podem ter: a-e) cogumelos; f) leveduras; g-h) bolores.

Os primeiros registos de fungos datam de 300 a 200 a.C., são estatuetas representativas de cogumelos. Os fungos, principalmente os cogumelos, sempre desempenharam um papel importante nas mitologias das civilizações primitivas, a sua associação com o mundo sobrenatural ainda hoje está presente nas culturas e tradições de muitos povos. O uso de cogumelos alucinogénicos ou a mística dos fungos bioluminescentes ilustram exactamente esse tipo de situações. Os fungos bioluminescentes são vulgares nas florestas tropicais, onde crescem nas árvores em decomposição, mas também se encontram com frequência nos bosques das regiões temperadas (figura 2). A sua luminosidade é provavelmente uma adaptação que ficou do tempo em que os fungos tinham que se livrar do oxigénio em excesso existente na atmosfera, que não podiam utilizar. Alguns cientistas, contudo, pensam também que a sua luminosidade atrai insectos à noite, o que ajuda na dispersão dos esporos. As jovens de alguns povos das regiões tropicais utilizam cogumelos brilhantes como pintura do corpo, na esperança que ela atraia potenciais parceiros.

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