Os misteriosos poderes do alho

Maria Carlos Reis
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Existem muitas plantas reconhecidas pelos seus efeitos benéficos na saúde, uma delas é o alho. A multiplicidade das suas aplicações é espantosa, embora muitos dos seus efeitos sejam ainda controversos. Mas os seus adeptos aumentam!

O alho (Alium sativum) é um alimento que dispensa qualquer apresentação. A utilização desta planta bolbosa, da família das Liliáceas, terá começado muito cedo na história da humanidade, o que é documentado por vestígios com mais de 10 000 anos encontrados em cavernas. Muitas foram as civilizações que ao longo dos milénios sucumbiram aos “encantos” do bolbo desta planta. Os egípcios integraram-no em fórmulas para o tratamento de problemas de coração, dores de cabeça, tumores e outros “males” e incluíram-no nos bens colocados nos túmulos dos faraós. Foram encontrados documentos chineses, datados de 2700 a. C., que descrevem o alho como uma substância que trata diversos problemas e potencia o vigor. Num livro persa de plantas medicinais, escrito há milhares de anos atrás, pode ler-se “… ele cura tosse e supurações do peito, não importa quão violentas sejam. Tem o poder de prevenir a estagnação do sangue”. Também o médico grego Hipócrates, considerado o pai da Medicina, exaltou as propriedades terapêuticas do alho, incluindo-o na sua lista de plantas medicinais mais benéficas, enquanto Dioscórides, igualmente médico da Grécia Antiga, escreveu: “O seu aroma limpa as artérias”. Mais tarde, Paracelso considerou-o uma planta sagrada. Mas até os escritores clássicos não foram indiferentes aos efeitos desta planta. O poeta Virgílio recomendava-o como alimento fortificante para quem efectua trabalhos pesados e Homero inclui-o numa das suas mais famosas obras – A Odisseia – num episódio em que Ulisses usa o alho para fazer render a feiticeira Circe aos seus encantos.

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