Bancos de genes na batalha contra a extinção

Maria Carlos Reis
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Há um emergente e admirável novo mundo de armazenamento e manipulação de genes e de tecidos, capaz de proezas impensáveis há pouco tempo e que está a desenhar novas vias para a Conservação da Natureza. O Parque Jurássico está mais perto!

A diversidade biológica é a chave para a manutenção da vida tal como a conhecemos hoje. No entanto, o rápido crescimento populacional humano coloca uma pressão extraordinária nos ecossistemas, conduzindo a uma deteriorização ambiental em larga escala, com a conversão e fragmentação dos habitats e a consequente ameaça para muitas espécies animais e vegetais. As pequenas populações torna-se, assim, vulneráveis a catástrofes naturais, à disseminação de doenças e às alterações políticas, que tanto afectam a gestão dos ecossistemas. Uma reacção a estes problemas tem sido a emergência da biologia da conservação, uma colecção de disciplinas científicas focadas na manutenção da biodiversidade, através de uma síntese cooperativa de informações, ideias e abordagens.


Virtualmente, todos os conservacionistas concordam que a preservação do habitat representa a melhor forma de manter a biodiversidade. Para os ecossistemas e regiões que ainda se podem considerar naturais, deixar grandes áreas livres da perturbação humana pode ser o caminho para proteger muitas espécies. Contudo, esta abordagem tem sido conotada de excêntrica, quando enquadrada na realidade do mundo actual. É por este motivo que algumas batalhas para manter grandes e preservados ecossistemas têm sido perdidas. 
 
Outra abordagem ao problema consiste numa protecção bioespacial hierarquizada. Esta visão compreende, numa primeira fase, a protecção de todo o ecossistema através da protecção in situ. No patamar seguinte da hierarquia defende-se a protecção das comunidades, das espécies e das populações, e aqui inclui-se a protecção ex situ, em jardins zoológicos, por exemplo, através de programas de reprodução em cativeiro.


A importância dos programas de conservação da vida selvagem ex situ foi concretizada a partir da Convenção sobre a Biodiversidade do Rio de Janeiro, em 1992. O facto de anualmente se estimar a extinção de um grande número de espécies justifica a necessidade urgente de salvar taxa ameaçados e a moderna biotecnologia parece providenciar oportunidades realistas, nomeadamente, através da utilização de material biológico congelado, nos chamados "zoológicos congelados" ou bancos de genes.

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