A agricultura intensiva gera quantidades consideráveis de resíduos orgânicos e inorgânicos, com implicações ambientais importantes. São aqui apontadas as vias fundamentais para uma adequada gestão dos resíduos não orgânicos da agricultura.
Nos últimos 40 anos assistiu-se a uma acentuada intensificação da actividade agrícola, suportada pela evolução tecnológica dos factores de produção, pretendendo responder ao crescimento demográfico e económico a nível mundial, assim como potenciar a maximização dos rendimentos e minimização de custos de produção.
Neste contexto e a nível europeu, importa realçar o papel impulsionador da Política Agrícola Comum (PAC), a qual assentou em elevados níveis de apoios aos rendimentos agrícolas potenciando assim o fenómeno de intensificação e correspondente impacte ambiental da actividade, sem no entanto promover em simultâneo a exigência de uma efectiva gestão das disfunções ambientais daí decorrentes.
Com efeito, a agricultura intensiva gera quantidades consideráveis de resíduos orgânicos e não orgânicos (RNOA) durante o ciclo de cada campanha, estes últimos correspondendo nomeadamente a factores de produção entretanto aplicados naquele sistema cultural e agora em fim de vida útil.
A tabela seguinte tipifica a produção de RNOA numa exploração agrícola:
De entre os grupos de RNOA referidos na Tabela são de destacar, por um lado, os Resíduos de Filme Plástico Agrícola (RFPA) - devido aos quantitativos envolvidos e dificuldades particulares de gestão e, por outro lado, as Embalagens Residuais de Agro-Químicos – devido à perigosidade associada. As características específicas destes dois fluxos de RA condicionam de forma determinante a definição das respectivas soluções de gestão.
Importa ainda referir a existência de uma forte inter-relação entre a produção de resíduos e as características próprias do sistema cultural em causa, facto que implica a estruturação de soluções de gestão ao nível da exploração, capazes de reflectir essa realidade.