Natal Ambiental – recomendações para um Natal mais sustentável

Direcção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza
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Para o ajudar a contribuir para um Natal ambientalmente sustentável, a associação Quercus apresenta-lhe alguns conselhos simples que lhe permitirão usufruir de um Natal ambientalmente mais correcto e economicamente mais são.

Nos últimos anos a época do Natal tem-se tornado na época do consumo por excelência. Mais do que em qualquer outro período do ano, somos estimulados,influenciados, instigados, empurrados a comprar, comprar, comprar. Este consumo imediato e pouco reflectido provoca impactos ambientais graves, mas, pode também estar na origem de problemas económicos (endividamento excessivo).

Para o ajudar a contribuir para um Natal ambiental, aqui ficam alguns conselhos simples que pode levar em conta. 
 
Da decoração à ceia

- Quem adquiriu uma árvore de Natal em vaso deve tentar mantê-la durante o resto do ano, embora a melhor opção seja uma árvore artificial que pode ser sempre reutilizada;

- Desligar a iluminação da árvore ou da varanda durante a noite ou quando não está ninguém em casa ou até mesmo na divisão. Esta iluminação deve ser energeticamente eficiente, o que é possível escolhendo lâmpadas LED;

- Fazer uma boa manutenção dos enfeites de Natal e guardá-los no fim desta época para reutilizar no próximo ano;

- Não comprar azevinho verdadeiro, pois é uma espécie em vias de extinção. Adquirir antes uma imitação artificial ou criar uma coroa de azevinho através da reutilização de materiais;

- Para a ceia de Natal, dar preferência a bacalhau ou outras espécies de média e grande dimensão, a produtos nacionais ou regionais, pouco embalados, adquiridos no comércio local e, se possível, de origem biológica;

- Fazer uma lista antes de comprar os alimentos, de modo a evitar desperdícios e confeccionar a maior parte dos doces em casa;

- Não use na sua festa de Natal pratos ou copos descartáveis (em plástico ou cartão) nem guardanapos ou toalhas de papel. Não são agradáveis e dão origem a muito lixo.

- Tenha atenção à própria embalagem do produto; ainda que seja necessária, pode assumir um grande peso no preço final, pelo que evite ao máximo o excesso de embalagem e privilegie embalagens menos complexas (que misturem menos materiais - papel, plástico, metal) porque serão mais facilmente recicláveis.

- Pense naqueles que não têm possibilidade de oferecer prendas e mesmo de ter uma ceia de Natal; seja solidário com as várias campanhas que habitualmente se desenvolvem nesta época.

 

Dar presentes sem gastar muito

- Pense bem sobre as prendas que vai oferecer e a quem; não ofereça só por oferecer e opte por produtos úteis: é importante privilegiar a oferta de prendas que não sejam colocadas imediatamente na prateleira ou em qualquer baú esquecido no sótão; pense bem antes de comprar uma prenda, procure aconselhar-se com as pessoas que estão próximas da pessoa a quem a quer oferecer.

- Resista à publicidade enganosa que nos bombardeia diariamente com produtos e funções dos quais não temos qualquer necessidade, nem nunca vamos usar. O equipamento informático e especialmente os telemóveis são talvez os que melhor se enquadram nesta categoria de produtos. Mais importante do que pensar no modelo é pensar no uso que iremos dar a cada uma das funções tão publicitadas. E não se esqueça que muitos dos novos serviços surgem agora gratuitos, mas rapidamente passam a assumir preços proibitivos para as carteiras de muitos portugueses.

- Gaste apenas na medida das suas possibilidades: resista ao ataque cerrado das campanhas de crédito em que só começa a pagar mais tarde; nunca se esqueça é que mais cedo ou mais tarde vai ter mesmo que arranjar dinheiro para pagar. Respeitar os seus limites de endividamento irá permitir-lhe ser mais criterioso nas suas escolhas e, logo, mais sustentável.

- Em época de contenção de despesas, recorrer ao truque do amigo secreto, estipulando um valor máximo para a troca de prendas;

- Em caso de dúvida sobre a prenda a oferecer, optar pelos cheques-prenda já disponíveis em inúmeras lojas (livrarias, teatros; lojas de roupas ou de outros bens);

- Ser solidário e oferecer prendas no âmbito de campanhas de solidariedade social ou usando as plataformas de doações para dar coisas que perderam utilidade;

- Na compra dos presentes, privilegiar produtos úteis, duráveis, educativos e inócuos em termos de substâncias perigosas;

- Evitar produtos com excesso de embalagem, que são mais dispendiosos e de mais difícil reciclagem;

- Na oferta de equipamentos eléctricos e electrónicos, pesquisar as marcas mais seguras em: http://www.greenpeace.org/international/campaigns/toxics/electronics/how-the-companies-line-up

- Se oferecer aos seus filhos brinquedos electrónicos adquira primeiro um recarregador de pilhas para que possam funcionar com pilhas recarregáveis que se tornam mais baratas do que as descartáveis e são mais amigas do ambiente.

- Na oferta de produtos de perfumaria, cosmética ou higiene pessoal, escolher aqueles que não fazem testes em animais, procurando a lista em www.lpda.pt;

- Oferecer a inscrição em associações cívicas (como por exemplo associações de defesa do ambiente) ou um donativo a uma determinada causa (apadrinhando um animal selvagem, por exemplo);

- Oferecer prendas produzidas em Portugal (como por exemplo vinhos, azeite, artesanato, doçaria tradicional, frutos secos, etc.). Não só a qualidade não varia como o impacte ambiental associado ao transporte dos produtos será menor.

- Utilize os transportes públicos nas suas deslocações às compras, ou então, junte-se com amigos ou familiares num mesmo veículo e vão às compras conjuntamente, fica mais barato e sempre pode dispor de outras opiniões quando estiver indeciso.

- Procurar levar sacos reutilizáveis para as compras ou utilizar o número mínimo de sacos possível;

- Reutilize papéis de embrulho de anos anteriores ou pequenas caixas de outros produtos para acondicionar as prendas; aumenta a surpresa, diminui as despesas e o impacte ambiental das suas compras. Sempre que tal não for possível, adquira papel reciclado para fazer os seus embrulhos.

- Envie cartões de Natal por correio electrónico; é mais barato, não consome papel e não faz lixo. Se isso não for possível, seja mais criterioso no envio dos cartões e utilize sempre papel reciclado e envelopes reutilizados.

Depois do Natal, resíduos no sítio certo

- Guardar os laços e o papel de embrulho para utilizar noutras ocasiões; muitas embalagens, caixas de prendas, papéis de embrulho podem ser utilizados pelas crianças para fazer objectos, como máscaras ou porta canetas;

- Separar todas as embalagens – papel/cartão; plástico; metal – e colocá-las no ecoponto mais próximo, mas apenas alguns dias mais tarde, para evitar grandes acumulações nos contentores;

- Não deitar as pilhas para o lixo, mas sim nos pontos de recolha específica, como o Pilhão ou o Repilha. As pilhas recarregáveis são uma alternativa económica e ecológica;

- No que às limpezas diz respeito, reduzir a quantidade e perigosidade dos produtos, preferindo os biodegradáveis e/ou em recargas.

- Reflicta ao longo do ano sobre a utilidade que foi dada às prendas que ofereceu e aprenda com os seus erros.

- Mantenha-se solidário com as diversas campanhas que se vão desenvolvendo ao longo do ano; procure a sua paróquia, junta de freguesia, associações de apoio ou os serviços de acção social do seu município sempre que tiver objectos, roupas, móveis, electrodomésticos em bom estado, mas dos quais já não necessita. O que para si pode ser um resíduo pode ser um bem muito útil para outra pessoa.

Apesar da sua maior importância numa época de grande consumo como o Natal, muitos destes conselhos aplicam-se ao nosso quotidiano e por isso devem ser seguidos durante todo o ano. Fica o desafio aos portugueses para, em 2012, reflectirem que boas práticas ambientais podem ainda incluir no seu dia-a-dia.

E lembre-se que nós não somos aquilo que consumimos, mas o nosso consumo diz muito sobre quem somos.


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