Doninha, o menor dos carnívoros da nossa fauna

Miguel Monteiro
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ALIMENTAÇÃO

A maioria das presas consumidas pertencem à ordem Rodentia (ratos, ratazanas). Em termos de biomassa ingerida é também importante a ordem Lagomorpha (coelhos, lebres). Fazem ainda parte da dieta aves, anfíbios e répteis, insectos e alguma matéria vegetal.

REPRODUÇÃO

A época de acasalamento inicia-se em Fevereiro, nascendo as crias entre Março e Julho após um período de gestação de 34-37 dias. Nascem habitualmente 4-6 crias, que são amamentadas durante um mês e meio - só a mãe participa nos cuidados parentais. Ao fim de 8 semanas as crias estão preparadas para caçar, separando-se a família entre a 9ª e a 12ª semana. A maturidade sexual é atingida ao fim de 3-4 meses. Em anos em que as presas são bastante abundantes pode haver um segundo período reprodutor no final do Verão ou mesmo ter-se um período de reprodução contínuo entre Fevereiro e Dezembro.


ORGANIZAÇÃO SOCIAL

As doninhas são animais solitários com activiade tanto nocturna como diurna. No seio de uma população distinguem-se três grupos de indivíduos: os residentes sedentários, os residentes temporários e os errantes. Os primeiros habitam e defendem o seu território de indivíduos do mesmo sexo, podendo os territórios das fêmeas estar sobrepostos aos dos machos. Aquelas que têm estatuto dominante defenderão também o território dos machos quando estão com crias. Os residentes temporários ocupam um determinado espaço num curto período de tempo. São principalmente machos adultos ou subadultos que não conseguiram estabelecer um território e habitam os limites dos territórios dos machos dominantes. Os indivíduos errantes procuram estabelecer-se numa dada área e não possuem um território marcado. Os animais, ao longo da sua vida, podem alternar o seu estatuto em cada um destes grupos. A dimensão das áreas vitais depende bastante do tipo e condições do habitat, mas em média varia entre 1-4 hectares para as fêmeas e 1-25 hectares para os machos.


DINÂMICA POPULACIONAL

As populações de doninhas apresentam fortes variações devidas a uma grande capacidade de reprodução e a uma elevada mortalidade (75 a 90% por ano). Os ciclos de densidade são de 2 a 4 anos e são resultado das flutuações das populações de presas, nomeadamente de roedores. A resposta ao aumento da densidade das presas por parte das doninhas é inferior a um ano. As populações de M. nivalis são também controladas pela presença dos seus predadores naturais como o Lince-ibérico, o Gato-bravo e o doméstico, e as aves de rapina (tanto as diurnas como as nocturnas).

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